TY - JOUR AU - Calefato, Patrizia PY - 2021/04/14 Y2 - 2024/03/29 TI - A vida das máscaras: moda, corpo, grotesco JF - dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda JA - dObra[s] VL - IS - 31 SE - II. Moda, corpo e consumo na pandemia DO - 10.26563/dobras.i31.1288 UR - https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1288 SP - 103-117 AB - <p>Neste artigo, concentro-me no papel das máscaras faciais, necessárias em todoo mundo em razão da pandemia do coronavírus em 2020, e transformadas em indumentáriana moda. Enquadrarei a função das máscaras no âmbito do conceito antropológico (Lévi-Strauss), sociológico e da semiótica, e a analisarei em relação à imagem do corpo grotesco(Bakhtin). Partirei de uma definição de moda como sistema de signo (Barthes) e dareflexão sobre como os signos da moda contemporânea exprimem de modo marcante asaberturas do corpo e as inversões semânticas características do estilo grotesco. A funçãoprotetiva das máscaras, ou seja, impedir as aberturas e as contaminações entre os corpos,característica do grotesco no sentido bakhtiniano, é, porém, semioticamente <em>contestada</em>justamente pelo tornar-se moda desses objetos, que assumem cores, fantasias, formas edimensões ligadas à inventividade estilística e à criatividade desenfreada, e mesmo pessoal.As máscaras na moda tornam-se, assim, o símbolo da época do coronavírus, comoobjeto que <em>resiste </em>idealmente à separação entre os corpos imposta pelo distanciamentosocial, e ao mesmo tempo interpretam de forma emblemática a ideia de responsabilidadecoletiva dos corpos cobertos, mesmo além da pandemia.</p> ER -