dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda
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<p> </p> <p><strong> </strong></p> <p> </p> <p><strong> </strong></p> <p> </p>Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas em Moda - Abepempt-BRdObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda1982-0313Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciaisModa e gênero: perspectivas históricas para interpelar o presente
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Maria Claudia BonadioValéria Faria dos Santos TessariCarina Borges Rufino
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Revista dObras
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2024-08-012024-08-014122As runway crashers da PETA vistas pelos estudos da performance: análise de uma prática ativista nos palcos da indústria da moda
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<p align="justify"><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: medium;">O objetivo principal deste artigo consiste em investigar as características performáticas das ações ativistas denominadas </span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: medium;"><em>runway crashers</em></span></span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Arial, serif;"><span style="font-size: medium;">, nas quais defensores de uma causa, nesse caso a defesa dos direitos animais, ocupam as passarelas de desfiles durante eventos de moda de grande relevância. O escopo da análise recai sobre as intervenções realizadas pela PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) no mês de setembro de 2023. A abordagem teórico-metodológica adotada neste estudo é fundamentada nos princípios dos estudos da performance. Desta forma, o artigo explora não apenas a natureza das ações, mas também examina como tais manifestações influenciam e contribuem para o discurso mais amplo sobre a defesa dos direitos dos animais no contexto da indústria da moda.</span></span></span></p>Daniel Rossmann Jacobsen
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2024-08-012024-08-014133135410.26563/dobras.i41.1794Fortalecendo os laços: influências intergeracionais entre mães e filhas no contexto de consumo de moda Lolita no Brasil
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<p>Este artigo relata resultados de uma pesquisa empírica cujo objetivo foi compreender como acontecem as trocas entre gerações representadas pela díade mãe e filha no âmbito do consumo de moda Lolita. Usou-se, como recorte, o relacionamento entre mães e filhas dentro da comunidade de moda Lolita brasileira. Como base teórica, o estudo se apoiou nas discussões atinentes à <em>Consumer Culture Theory</em> (CCT) e nos estudos de família no campo do consumo. Na fase de coleta de dados, utilizou-se entrevistas com 12 mulheres, mães e filhas. As filhas entrevistadas faziam parte da comunidade de moda Lolita brasileira e eram ativas nas comunidades. Já as mães tinham envolvimento com as comunidades ou, pelo menos, conhecimento de que as filhas participavam ativamente de tal agrupamento de consumo. As entrevistas semiestruturadas geraram dados que foram analisados a partir dos pressupostos teórico-metodológicos propostos pela vertente francesa da Análise do Discurso. Na discussão dos resultados, foi possível observar que o consumo de moda Lolita ocorre principalmente on-line. Outros aspectos do consumo também puderam ser notados: as entrevistadas gostam de fazer as próprias roupas, compram roupas usadas e chegam a emprestar peças entre si. Peças fundamentais neste trabalho, as mães são principalmente companheiras das filhas durante essa jornada de consumo: presenteando, dando opiniões e, até mesmo, costurando para elas.</p>Mariana Ferreira PintoMarcelo de Rezende Pinto
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2024-08-012024-08-014135537510.26563/dobras.i41.1709Mary Queen of Scots, o Jeans na biopic de Josie Rourke
https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1759
<p>Este artigo tem por objetivo analisar alguns figurinos presentes na obra cinematográfica <em>Mary Queen of Scots</em> da diretora Josie Rourke assinados pela figurinista Alexandra Byrne. Procura-se investigar sua reconfiguração no cinema sob a ótica de matérias-primas contemporâneas em um filme de época do gênero <em>biopic</em>. Como justaposição entre os figurinos de duas personagens distintas, procura-se apresentar também de maneira sucinta algumas pinturas retratísticas Tudor e extrair significados sobre o processo de criação dos trajes que tem por base reinterpretações que promovem uma mudança em sua materialidade têxtil conferindo autenticidade, além de verificar os saltos culturais que podem existir entre eles, na representação das relações de poder expresso na trama.</p>Marcos Aurélio de Mato
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2024-08-012024-08-014137640110.26563/dobras.i41.1759Cada lugar na sua coisa: do álbum de família à materialidade da roupa
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<p>O objetivo deste artigo é entender o papel das fotografias de álbuns de família como suportes de memória nos processos de criação de vestuário. Esse trabalho se fundamenta em um estudo de caso realizado junto à marca de moda autoral curitibana, Novo-Louvre. Foram utilizados procedimentos metodológicos de análise de fontes heterogêneas, como entrevistas concedidas pela designer Mariah Salomão Viana e objetos do seu acervo pessoal, dentre os quais, álbuns fotográficos e documentos referentes aos seus processos criativos. Como resultado, compreendemos que as fotografias atuam como memórias objetualizadas que agenciam e são agenciadas junto aos processos criativos, materializando narrativas e prescrições sociais.</p>Thais Dyck dos Santos LimaRonaldo de Oliveira Corrêa
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2024-08-012024-08-014140242210.26563/dobras.i41.1758Transição para sustentabilidade na moda autoral: um olhar a partir da economia circular
https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1672
<p>Este artigo analisa o fenômeno da transição para sustentabilidade em negócios de moda autoral na cidade de Curitiba-PR. O estudo multicaso é qualitativo exploratório e descritivo a partir de duas abordagens teóricas complementares: da economia circular e da transição sociotécnica para sustentabilidade, com base na perspectiva multinível (MLP). Os resultados indicaram que todas as marcas estudadas apresentam iniciativas relevantes da economia circular em seus processos, tais como: fornecedores qualificados, reutilização de resíduos e uso de materiais descartados, produção com processos artesanais e conscientização dos consumidores. Analisaram-se ainda os principais desafios e oportunidades para o desenvolvimento e crescimento das marcas autorais. Os resultados mostraram que as empresas de moda autoral em Curitiba contribuem para a modificação do regime atual, buscando a viabilidade de mudanças do ponto de vista financeiro, de negócios, produtos e inovação em direção ao meio ambiente e a sustentabilidade ao mesmo tempo em que contribuem para a transição para a sustentabilidade no horizonte de longo prazo.</p>Lívia Antonelli e SilvaDanielle Denes-SantosPriscila da Paz Vieira
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2024-08-012024-08-014142344810.26563/dobras.i41.1672Moda e Agência Material
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<p>Este trabalho conceitual se propõe a articular a questão da agência material na moda e como a experiência material travada com as coisas que vestimos pode servir de suporte para se repensar as práticas de moda. O texto se baseia em teorias de agência material, pós-humanismo e afetos e devires, e considera que não apenas as pessoas, mas também as coisas que usamos, desempenham um papel ativo no sistema da moda. Para discutir o assunto, exemplos na área da moda são utilizados. O texto conclui com reflexões sobre o que um desvio para o afeto e a agência material pode significar para a moda.</p>Julia Valle Noronha
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2024-08-012024-08-014144946210.26563/dobras.i41.1834Notas sobre o queer e o camp na moda
https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1770
<p>O objetivo deste texto é refletir sobre os termos <em>queer</em> e <em>camp </em>na moda. Muitas vezes colocados como sinônimos, de fato mostram-se próximos em relação à substancialidade das aparências; todavia, é preciso problematizar alguns momentos em que o <em>queer </em>não necessariamente dialoga com o <em>camp</em>, e nem o <em>camp </em>aparece como uma sensibilidade estritamente <em>queer </em>na perspectiva sontagiana. Analisando a exposição <em>Camp: Notes on fashion </em>(2019), inspirada nos escritos de Susan Sontag <em>Notes on ‘camp’</em>, organizada pelo The Costume Institute do The Metropolitan Museum of Art, levantamos algumas problematizações acerca do que foi considerado <em>camp </em>pela curadoria do museu e as ausências que se fizeram e fazem dos acervos museológicos referentes ao <em>camp </em>e ao <em>queer</em> no âmbito da moda e do vestuário.</p>Paulo de Oliveira Rodrigues Junior
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2024-08-012024-08-0141133710.26563/dobras.i41.1770Os marcadores visuais de gênero: moda e subversão no espaço público
https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1863
<p>Muito embora a moda seja associada frequentemente às frivolidades do mercado e, por isso, seja entendida como expressão conservadora da lógica da acumulação, é também a ela que grupos contra-hegemônicos recorreram com vistas a produzir deslocamentos no campo das aparências. Já na contemporaneidade, moda continua acentuando o borramento de fronteiras de classe e gênero e, portanto, se apresenta como potência subversiva a minorias sexuais. As convenções até podem ser reiteradas, mas impõe-se a imaginação, a criatividade e a singularização como possibilidades de reescrever os discursos sobre o corpo e suas visibilidades no espaço público.</p>Roney Gusmão
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2024-08-012024-08-0141385410.26563/dobras.i41.1863Rendas e veludos: questões de gênero a partir do redingote de Eufrásia Teixeira Leite no final do século XIX
https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1724
<p>O presente artigo discute normatividade de gênero a partir da investigação de um casaco de montaria da coleção Eufrásia Teixeira Leite, pertencente ao acervo do Museu Casa da Hera, em Vassouras, Rio de Janeiro. Os redingotes eram casacos masculinos de origem inglesa usados para viajar a cavalo, foram incorporados na moda através da alfaiataria masculina, e adaptados ao vestuário feminino nos séculos XVIII e XIX. O referido casaco, catalogado no acervo como T1140, é do final do século XIX, apresenta uma estrutura tradicional de redingote, embora tenha adornos que referem aos trajes aristocráticos franceses do Antigo Regime. Este estudo busca identificar o traje como uma peça que desmistifica as noções binárias típicas da categorização de objetos ditos masculinos ou femininos. Reconhece a pesquisa histórica como ferramenta de revisão das crenças pessoais sobre papéis de gênero que tendem a considerá-las como normativas. Nem todas os trajes correspondiam à moda de sua época, e poderiam ser criados para os inúmeros bailes e festas a fantasia que faziam parte da classe alta no século XIX.</p>Flávio Oscar Nunes Bragança
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2024-08-012024-08-0141557210.26563/dobras.i41.1724Os Pequenos Lordes: Uma análise da moda infantil masculina da primeira metade do século XX (1905-1958)
https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1761
<p>Este artigo procura analisar o auge do fenômeno da moda de vestir meninos como “pequenos lordes”, o seu declínio e seu desaparecimento ao longo da primeira metade do século XX. Essa forma de vestimenta ficou conhecida pelo livro infantil <em>Pequeno Lorde</em>, de Frances Hodgoson Burnett. Como fontes para analisar a trajetória desse estilo são utilizadas duas publicações brasileiras: a revista infantil O Tico-Tico e a publicação feminina Anuário das Senhoras, além do próprio livro de Burnett e suas representações no teatro e cinema. Por meia delas, se discutem os padrões de vestimenta infantil (em especial masculino) da primeira metade do século XX e as diversas transformações pelas quais passaram. Como principais referências estão as obras de Philippe Ariès, Jo B. Paolleti e Gilda de Mello e Souza. Por fim, são traçadas reflexões sobre como conceitos como doçura, delicadeza e beleza, que pautavam um ideal de masculinidade infantil nas décadas de 1900 e 1910, foram desaparecendo e sendo suplantados por valores como vigor e bravura.</p>Isabela Brasil Magno
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2024-08-012024-08-01417396Moda masculina e expressão de gênero e sexualidade: novas tendências em contraponto ao binarismo
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<p>O presente artigo tem como objetivo compreender a intersecção entre moda, gênero e sexualidade, em especial a moda masculina como meio para expressão das masculinidades e a revelação da homossexualidade. Frente a esse fenômeno, busca-se também o entendimento de correntes atuais na moda que se propõem a (re)pensar a construção estética do vestuário que se contrapõe ao binarismo de gênero. Este é um estudo teórico que se ancora nos estudos culturais sobre moda, gênero e sexualidade. A moda masculina, por muito tempo, reforçou estereótipos de gênero presentes no modelo da masculinidade hegemônica. Os modos masculinos de vestir variam de acordo com as normas vigentes de cada época, se transformando de acordo com as emergências sociais de cada período histórico. A roupa como forma de expressão da orientação sexual foi utilizada por homens gays ao longo da história na criação de uma imagem reconhecível, em alguns momentos enquanto código e em outros enquanto afirmação social e política. Conclui-se que atualmente alguns movimentos, como o <em>co-ed</em>, apontam para a necessidade de que a moda (re)pense os padrões associados a cada gênero, se mostrando inclusiva para as diversas possibilidades de expressões.</p>Frederico Rafael SousaLuana Elayne Souza
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2024-08-012024-08-01419711610.26563/dobras.i41.1744Moda unissex na Pop, primeira revista jovem do Brasil (anos 1970)
https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1718
<p>A Pop, primeira revista destinada às garotas e aos garotos do Brasil, circulou entre 1972 e 1979 pela editora Abril, abordando a moda do período entre outros assuntos. A revista, veiculada em plena ditadura militar, dialogou com transformações comportamentais daqueles anos impulsionadas, em parte, pelos movimentos hippie, gay e feminista. Compreendemos que a moda não é uma prática neutra e apolítica, mas atravessada por visões de mundo, interesses e regulações, podendo reiterar ou não desigualdades sociais. Sendo assim, o objetivo do texto é entender como a moda unissex, que circulou na Pop, materializou transformações culturais do período, questionando e/ou reforçando normas de gênero. Para isso, nós analisamos a jardineira, peça unissex de maior destaque na revista, nos apoiando em Estudos de Gênero e Estudos Culturais e na História do Brasil, da Mídia e da Moda. A partir das análises, verificamos se as peças de moda realmente funcionaram de modo unissex, enquadrando ou não maneiras distintas de vesti-las quando conectadas a corpos ditos femininos e masculinos. Ademais, também avaliamos se as produções mantiveram ou não referências de feminilidades e de masculinidades, causando ou não ambiguidades de gênero.</p>Maureen Schaefer FrançaMarinês Ribeiro dos Santos
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2024-08-012024-08-014111714310.26563/dobras.i41.1718Nem azul nem rosa: estratégias discursivas no âmbito comunicacional do consumo de moda agênero
https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1865
<p>A ideia de que certas roupas se destinam às mulheres, enquanto outras se restringem aos homens, é uma construção social que ganha força na Modernidade, sendo explorada até hoje na sociedade contemporânea. Contudo, nos últimos anos, começam a despontar práticas de vestuário que surgem como forma de contestação e questionamento a estruturas conservadoras do vestir, a exemplo da moda agênero e a proposta de neutralização de códigos binários na vestimenta. Sendo assim, este artigo busca entender como se dão as estratégias discursivas em torno da constituição da moda agênero no âmbito comunicacional das marcas Beira, Cë e Handred, que dela se apropriam. A análise se constitui a partir de uma perspectiva empírica configurada na internet, particularmente na rede social Instagram, e se apoia na Análise de Discurso de linha francesa como referencial teórico-metodológico, sob a perspectiva dos estudos de Maingueneau. A pesquisa mostra que as estratégias discursivas utilizadas pelas marcas em torno da constituição da moda agênero articulam-se na tentativa de dar sentido a esta prática de vestuário, e a abordam ora como prática política (em intersecção com outros ativismos), ora como estratégia publicitária orientada para o mercado. Nesse contexto, considera-se não apenas as roupas, mas os processos de subjetivação que as permeiam, em particular os associados às representações do masculino e aos tabus ainda associados a elas.</p>Carina Borges Rufino
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2024-08-012024-08-014114416610.26563/dobras.i41.1865Performatividade de gênero: o Instagram de marcas de moda como um lócus político?
https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1771
<p>O presente estudo objetivou compreender como as mensagens visuais e verbais da comunicação feita no Instagram, por marcas de moda que se intitulam agênero, contribuem com a construção de significado para o conceito de moda sem gênero. Partimos do pressuposto de que a publicidade e a moda são potentes veículos de estabelecimento de sentidos sociais, e de que as marcas são protagonistas de ações performáticas de gênero. Nosso embasamento teórico ancorou-se em teorias de gênero e da linguagem. A metodologia apoiou-se na teoria dos atos de fala de Austin (1990) e na análise do discurso de Maingueneau (2010). Desenvolvemos um protocolo analítico que organizou as informações coletadas no Instagram de dez marcas, a partir da observação da cenografia e do ethos discursivo. Nosso corpus foi formado por 195 postagens, que geraram sete categorias analíticas e oito funções, compondo quatro linhas de significação que responderam à nossa questão de pesquisa. Foram elas: a) a informação publicitária de moda normaliza as novas concepções de gênero, funcionando como uma pedagogia; b) a informação publicitária de moda inclui padrões de beleza corporal; c) a informação publicitária de moda torna o agênero uma terceira existência; e d) a informação publicitária de moda endossa a binaridade de gênero. Concluímos que as marcas revelam um posicionamento sobre a relação da roupa com o corpo, ao destacar a moda sem gênero em seus discursos, unindo as características visuais da roupa a uma narrativa corporal, a partir de um contexto informativo inserido nas legendas e nos hashtags.</p>Iracema Tatiana Ribeiro Leite JustoHans WaechterFlávia Zimmerle da Nóbrega Costa
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2024-08-012024-08-014116719410.26563/dobras.i41.1771Corpo gordo, gênero e moda: uma análise dos corpos femininos e masculinos fora do padrão nas marcas de moda
https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1757
<p>O objetivo é analisar as representações dos corpos gordos femininos e masculinos nas marcas de roupas plus size, observando as divergências e as semelhanças que atuam sobre a avenida identitária de tamanho quando cruzada com a de gênero. Para tanto, é realizada uma análise de posts dos perfis do Instagram de quatro marcas plus size: Flaminga, Mais Pano, Kauê Plus Size e Tjama, com base no conceito de "hiper-ritualização" de gênero de Erving Goffman (1979), a história da representação do corpo gordo e as perspectivas interseccionais. As análises revelam que mesmo havendo um cruzamento identitário de tamanho e gênero, é possível concluir que os modelos gordos representados na maioria das marcas ainda reproduzem estereótipos de gênero e não exploram os outros atravessamentos das corporalidades, exceto quando esses atravessamentos estão no discurso geral das marcas.</p>Vírnia MartinsFernanda Carrera
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2024-08-012024-08-014119521710.26563/dobras.i41.1757“Quem Trouxe a Moda do Travesti para o Brasil”?: teatros, hormônios e subjetividades (1950-1960)
https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1673
<p>Este artigo é sobre históricas possibilidades subjetivas do/no universo das travestilidades entre as décadas de 1950 e 1960. Como anunciado no título, a questão central é indagar e problematizar “‘Quem trouxe a moda do Travesti para o Brasil’?” Essa questão nasce de uma reflexão referente ao título de uma matéria presente na edição 75 da <em>Revista Manchete (RJ)</em>, com data de publicação do dia 26 de setembro e, que apresenta Ivaná como peça central, esse, um importante e famoso artista transformista do período no Brasil. A partir da indagação será criada a possibilidade de pensar e questionar o fenômeno reconhecido como travestilidades no espaço dos palcos dos teatros e a emergência de uma nova subjetividade travesti forjada a partir de modificações estéticas-corporais por meio da ingestão de hormônios. Logo, indago, o que seria uma “moda do travesti” – como proposto pela revista mencionada. Algo passageiro? Seria esse o sentido oferecido pela imprensa? Talvez sim. Contudo, saliento que, para além dos hormônios, redes de amizade constituídas em espaços de sociabilidade como boates e teatros foram de grande importância para a constituição de desejos, trocas, sonhos, negociações que possibilitaram a emergência das históricas subjetividades travestis durante o decorrer das décadas de 1950 e 1960.</p>Paulo Vitor Guedes de Souza
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2024-08-012024-08-014121824110.26563/dobras.i41.1673Performando a norma: uma leitura antropológica das fantasias de Clóvis Bornay
https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1734
<p>O objetivo desse artigo é analisar as transgressões, cumplicidades e tipos de agenciamento promovidas por Clóvis Bornay a partir de suas fantasias nos concursos de fantasia de luxo do carnaval carioca entre as décadas de 1930 e 1970. O foco analítico recaiu no modo como Bornay combinando fantasias, maquiagem, acessórios e performances puderam negociar relações de poder manipulando diferentes "travestismo" de classe, raça e gênero e operando mecanismos de "burla" das convenções de gênero e sexualidade vigentes naquele contexto histórico. Tomadas como ponto de partida para pensar questões como diversidade sexual e de gênero na sociedade brasileira, as fantasias de Clóvis Bornay permitiram que esse corpo dissidente "habita-se a norma", ao mesmo tempo em que se rebelava contra ela. O trabalho de pesquisa se baseou em diferentes estratégias: notícias de jornais de ampla circulação no Rio de Janeiro, como O Globo e o Diário de Notícias; revistas ilustradas como Fatos & Fotos; fotografias pessoais, um documentário sobre sua vida e contribuição à museologia e entrevista com uma de suas filhas.</p>Thiago Barcelos Soliva
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2024-08-012024-08-014124226310.26563/dobras.i41.1734A passabilidade é um conforto cisgênero: moda, proteção e invisibilidade trans no pensamento artístico de Maria Lucas e Renata Carvalho
https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1732
<p align="justify"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">O papel da arte na produção de conhecimento vem sendo crescentemente reconhecido, e as fronteiras entre arte e pesquisa, ou entre arte e ciência, vêm experimentando certo borramento. O mesmo se dá com as fronteiras entre arte e moda, dois campos que por vezes têm passado a compartilhar o mesmo estatuto ou papel social. O artigo explora conhecimentos produzidos por pessoas trans por meio da arte, destacando questões acerca do papel da moda na construção de corporalidades, em busca de passabilidade cis e proteção em face da violência cisnormativa. São examinadas produções ao mesmo tempo artísticas e de pesquisa de duas artistas travestis brasileiras: Maria Lucas, autora do ensaio de autoficção Próteses de Proteção, e Renata Carvalho, de quem discutimos o monólogo teatral intitulado Manifesto Transpofágico. Acreditamos que este trabalho pode trazer contribuições para uma leitura crítica sobre o papel moda na busca por passabilidade como imposição cisnormativa, em face da violência social a que pessoas trans e travestis estão sujeitas.</span></p>Emerson Silva MenesesMartin Jayo
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2024-08-012024-08-014126427710.26563/dobras.i41.1732As tramas ficcionais do corpo, gênero e moda: um olhar sobre a experiência drag
https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1721
<div><span lang="PT">Esse trabalho parte dos modos de produção </span><span lang="PT">dos sujeitos e de seus corpos para pensar sobre a constituição de modelos</span></div> <div><span lang="PT-BR"> de normalidade baseados na heterossexualidade e na binaridade de gênero. Dessa fundamentação, traça um olhar sobre a produção de corpos dissidentes, sujeitos que refutam tais parâmetros, engendrando específicos modos de constituição, reivindicando outras possibilidades para os seus corpos. Assim, a experiência <em>drag</em> aparece como um modo de subjetivação que, ao apropriar-se dos significantes presentes no sistema de moda, qual seja, dos diversos códigos do feminino e do masculino disponíveis na cultura, borram as fronteiras do que pode um corpo, produzindo novas tramas</span><span lang="PT-BR">.</span></div>Rafaela Lins Travassos SarinhoCarlos Eduardo Félix da Costa
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2024-08-012024-08-014127829110.26563/dobras.i41.1721Fios que tecem a resistência – o fio a fio ancestral de Sonia Gomes
https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1866
<p>Este artigo apresenta um recorte da cena contemporânea das artes e ofícios têxteis como forma de resistência, sem a pretensão de abarcar um universo mais abrangente da sua realidade e dos seus significados sociais, políticos e culturais. O recorte mostra a sua configuração através de um atlas elaborado por inspiração do Atlas Mnemosyne, do pesquisador alemão Aby Warburg. O atlas exibe conjuntos de imagens das obras de alguns artistas-ativistas têxteis que mantêm vivas as lutas feministas, antirracistas, anticapitalistas e anticoloniais, bem como questões de gênero, através de um posicionamento de resistência contra as narrativas eurocêntricas. Indica também que os ofícios mapeados demonstram como as fronteiras circunscritas no âmbito da vida doméstica e das atividades, designadas como próprias da mulher, estão sendo visivelmente esgarçadas e diluídas. A artista brasileira Sonia Gomes mereceu destaque, uma vez que consideramos que o conjunto de sua obra, através de bordados e outros objetos têxteis, representam um posicionamento dela contra essas narrativas e em favor da decolonialidade.</p>Lucia Santiago
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2024-08-012024-08-014129231510.26563/dobras.i41.1866O rapaz na festa de candomblé e seu pano de cabeça: reflexões sobre homossexualidades (in)desejáveis
https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1714
<p>Em uma festa de candomblé de um terreiro dito tradicional — com mais de cinquenta anos de fundação —, um jovem visitante com um pano de cabeça azul, ao perceber que era o único homem usando aquele tipo de indumentária, retira-o e passa o restante da festa sem a peça. A partir desse episódio, proponho uma análise sobre a luta semântica no aspecto discursivo das identidades de gênero, em que se disputam formas mais ou menos masculinas/femininas de se vestir. Embora as performances de gênero no candomblé não sejam vistas sob uma ótica exclusiva da moralidade cristã, estão influenciadas por esta, e de toda forma, as ideias circulantes sobre gênero operam sua influência nos terreiros, onde se encontram encobertas pela tradição. A masculinidade — estruturada por relações de poder e estruturante destas — se torna invisível aos privilegiados por seus constructos, que adquirem ainda certo status de inquestionabilidade ao se subsumirem à tradição no que diz respeito aos papéis religiosos, operando uma distinção entre “candomblés tradicionais” e “candomblés de veadeiro”. Ainda que a homossexualidade masculina seja estrutural e estruturante do campo religioso afro-brasileiro e que a flexibilidade desse campo frente à homossexualidade seja reconhecida, nem todos os terreiros se mostram receptivos às diversas expressões da homossexualidade e sob a égide da tradição não se questionam práticas excludentes.</p>Diogo Coutinho Iendrick
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2024-08-012024-08-014131633010.26563/dobras.i41.1714E essa moda de gênero?
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Felipe GoebelValéria Faria dos Santos Tessari
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2024-08-012024-08-014157Galeria
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dObras
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2024-08-012024-08-0141463474