Vestindo-se para o sucesso

Autores

  • Clair Hughes

DOI:

https://doi.org/10.26563/dobras.v13i28.1066

Resumo

Há um relato oitocentista sobre a rainha francesa Maria Antonieta, no começo de um baile da corte, usando “um vestido azul repleto de safiras e diamantes. Ela era jovem, bela e adorada por todos – ainda assim, já estava próxima do abismo” (MENDEHLSOHN, 2006)2 . Essa passagem foi citada na crítica de Daniel Mendehlsohn sobre o filme Marie Antoinette, de Sofia Coppola, para destacar o que ele acreditava ser o ponto fraco do longa: Coppola, ele diz, “oferece o vestido, mas não o abismo” (MENDEHLSOHN, 2006, p. 22). Aquela descrição verbal da aparência da rainha era, resumidamente, mais reveladora, mais dramática do que as imagens deslumbrantes do filme. O contraste feito por Mendehlsohn em seu relato levanta o questionamento de porque algo tão visual quanto o vestir deveria ser considerado no contexto da literatura. O que as palavras fazem pelo vestir? Para o crítico, era a sugestão das palavras – a implicação de haver profundezas abaixo da superfície – que concedia o drama. Vestir-se, para Roland Barthes (2009), é a matéria poética ideal: tocando o corpo, revela-se o eu, mas também se interage com o social – conformando-se, rejeitando, enganando ou seduzindo.[...]

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Referências

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Publicado

2020-04-09

Como Citar

HUGHES, C. Vestindo-se para o sucesso. dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda, [S. l.], v. 13, n. 28, p. 188–202, 2020. DOI: 10.26563/dobras.v13i28.1066. Disponível em: https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1066. Acesso em: 4 dez. 2024.

Edição

Seção

Costuras