Notas sobre História da Moda e da Indumentária no Brasil e possíveis aproximações com perspectivas decoloniais

Autores

  • Alliny Maia

DOI:

https://doi.org/10.26563/dobras.i34.1483

Palavras-chave:

Moda, Decolonialidade, História da Indumentária no Brasil

Resumo

Este artigo problematiza o campo de estudos sobre a História da Moda e Indumentária no Brasil com o intuito de apontar suas potencialidades e limitações, em contraste com as possíveis aproximações deste com o pensamento decolonial. Neste sentido, são discutidos os desafios de pesquisar temas relacionados a grupos subalternizados no Brasil sob um viés histórico, decorrentes da escassez de documentação específica. Em face desses desafios, são apresentadas alternativas de práticas metodológicas, derivadas do desenvolvimento da pesquisa de doutorado (em andamento) desta autora. A reflexão proposta evidencia as urgentes tarefas de ampliar o conhecimento relativo ao campo e de construir uma abordagem teórica que sirva para expandir alguns conceitos e amenizar lacunas interpretativas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alliny Maia

Mestra em Arte e Cultura Visual pela UFG; doutoranda no PPG em Arte e Cultura Visual da UFG.

Referências

BERNSTEIN, Jane Holmes. Transdisciplinarity: A review of its origins, development, and current issues. Journal of Research Practice, v. 11, n.1. 2015. Disponível em:http://jrp.icaap.org/index.php/jrp/article/view/510/412. Acesso em: 14 jan. 2021.

BOZZANO, Caroline Betemps. Feminismos transnacionais descoloniais: algumas questões em torno da colonialidade nos feminismos. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 27, n. 1, p. e58972, 2018.

CARDIM, Monica. Identidade branca e diferença negra: Alberto Henschel e a representação do negro no Brasil do século XIX. 2012. 167f. Dissertação (Mestrado em Estética e História da Arte) - Interunidades em Estética e História da Arte, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

CIELATKOWSKA, Zofia. Decolonising Art Criticism. Kunstkritikk, 2020. Disponível em:https://kunstkritikk.com/decolonising-art-criticism/. Acesso em: 21 fev. 2021.

CUSICANQUI, Silvia Rivera. Sociología de lasimágenes: Miradas ch’ixi desde la historia andina. 1. ed.Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Tinta Limón, 2015.

DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Quotidiano e poder em São Paulo no século XIX. São Paulo: Braziliense, 1995.

ESCOBAR, Arturo. Desde abajo, por laizquierda, y conlatierra. La diferencia de AbyaYala/Afro/Latino/América. In: WALSH, Catherine. Prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir. Tomo II. EdicionesAbya-Yala, Serie Pensamientodecolonial, 2017, p. 55-75.

FANON, Frantz. Pele Negra Máscaras Brancas. Trad. Renato da Silveira. Salvador: Edufba, 2008.

GAUGELE, Elke; TITON, Monica. Fashion and Postcolonial Critique: An introduction. In: Fashion and Postcolonial Critique. Publication Series of the Academy of Fine Arts Vienna, v. 22.Berlin: Sternberg Press/MIT Press, 2019, p.10-36.

CORREIO MERCANTIL. Annuncios. Bahia, 5 nov. 1838. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=186244&pesq=riscado&pagfis=658>. Acesso em: 6 jul. 2021.

GAZETA DO RIO DE JANEIRO. Avisos. Rio de Janeiro, 14 ago.1819, p. 4. Disponível em:. Acesso em: 11 nov. 2018.

HABER, Alejandro. Nometodología Payanesa: Notas de metodología indisciplinada. Revista Chilena de Antropología, v. 23, 2011. Disponível em: 10.5354/0719-1472.2011.15564. Acesso em: 12 dez. 2020.

HARVARD. View. s/d. Disponível em: <https://pmem.unix.fas.harvard.edu:8443/peabody/ view/objects/asitem/search$0040/0/title-desc?t:state:flow=235e2cbb-a311-40de-8934-576f62f6253d>. Acesso em: 5 jul. 2021.

IRIBARRY, Isac Nikos. Aproximações sobre a transdisciplinaridade: algumas linhas históricas, fundamentos e princípios aplicados ao trabalho de equipe. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 16, n. 3, p. 483-490, Porto Alegre, 2003. Disponível em:<https://doi.org/10.1590/S0102-79722003000300007>. Acesso em: 28 jan. 2021.

JORNAL DO COMMERCIO. Annuncios. Rio de Janeiro, 17 abr. 1841, p. 4. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=364568_03&pesq=qual%20tem%20os%20signaes%20seguintes>. Acesso em: 14 nov. 2018.

JORNAL DO COMMERCIO. Escravos fugidos. Rio de Janeiro, 17 abr. 1842. p. 4. Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=364568_03&pesq=Fugio,%20na%20tarde%20de%2011%20de%20abril>. Acesso em: 14 nov. 2018.

LANDER, Edgardo. Ciências Sociais: Saberes Coloniais e Eurocêntricos. In: Lander, Edgardo (Org.). A Colonialidade do saber: Eurocentrismo e Ciências sociais – Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005, p. 8-23.

LEIBNIZ-INSTITUT FÜR LÄNDERKUNDE. Wissenbank. s/d. Disponível em: <https://ifl.wissensbank.com/esearcha/browse.tt.html>. Acesso em: 28 jan. 2021.

LIMA, Verena Tidei de. Ensino superior em design de moda no Brasil: práxis e (in) sustentabilidade. 2018. Tese (Doutorado em Design e Arquitetura)- Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. Disponível em: <10.11606/T.16.2018.tde-19122018-154908>. Acesso em: 13 fev. 2022.

LINO, Tayane Rogeria. O lócus enunciativo do sujeito subalterno: fala e emudecimento. Anuário de Literatura, v. 20, n. 1, p. 74-95, 2015. Disponível em:<https://doi.org/10.5007/2175-7917.2015v20n1p74>. Acesso em: 28 jan. 2021.

MIGNOLO, Walter D. Reconstitución epistémica/estética: laaesthesisdecolonial una década después. Calle 14: revista de investigaciónenel campo del arte, v. 14, n. 25, p. 14-33, 2019. Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=6719043>. Acesso em: 20 nov. 2020.

MIGNOLO, Walter. Desafios Decoloniais Hoje. Epistemologias do Sul, v. 1, n. 1, 2017, p. 12-37.

MIGNOLO, Walter; WALTER, Rolando, DecolonialAestheSis: Colonial Wounds/Decolonial Healings,’ Social Text Online, 2013. Disponível em:<https://socialtextjournal.org/periscope_article/decolonial-aesthesis-colonial-woundsdecolonial-healings/>. Acesso em:12 nov. 2020.

MÜLLER, Tânia Mara Pedroso; FERREIRA, Paulo Antonio Barbosa. A decolonialidade como emergência epistemológica para o ensino de história. Arquivos Analíticos de Políticas Educativas, v. 26, n.1, 2018. Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=6584764>. Acesso em: 20 jan. 2021.

OCAÑA, Ortiz Alexander; ARIAS LÓPEZ, Maria Isabel. Hacerdecolonial: desobedecer a lametodología e investigación. Hallazgos, v. 16, n. 31, p. 147-166, Bogotá, 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.15332/s1794-3841.2019.0031.06. Acesso em: 21 jan. 2021.

PAULA, Teresa Cristina Toledo de. Tecidos no museu: argumentos para uma história das práticas curatoriais no Brasil. Anais do Museu Paulista, v. 14, n. 2, p. 253-298, São Paulo, 2006. Disponível em:<https://doi.org/10.1590/S0101-47142006000200008>. Acesso em: 28 jan. 2021.

PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Apresentação. In: LANDER, Edgardo (Org.). A Colonialidade do saber: Eurocentrismo e Ciências sociais – Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: Clacso, 2005, p. 3-5.

UIJANO, Aníbal; WALLERSTEIN, Immanuel. Americanity as a concept, or the Americas in the modern world-system.International Social Science Journal, v. 44, n. 4, p. 549-557, 1992.

RAINHO, M. do C. T. As imagens da moda e a moda das imagens. dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda, [S. l.], v. 2, n. 4, p. 76–83, 2008. Disponível em: 10.26563/dobras.v2i4.337. Acesso em: 16 fev. 2019.

RAPPAPORT. Joanne. Más allá de la escritura: la epistemología de la etnografia em colaboración. Revista Colombiana de Antropología, v. 43, p. 197-229, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.org.co/scielo.php?pid=S0486-65252007000100007&script=sci_abstract&tlng=es>. Acesso em: 18 nov. 2020.

SANT’ANNA, Mara Rúbia. Das ementas de história da moda ao conhecimento histórico. dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda, [S. l.], v. 8, n. 17, p. 13–22, 2015. Disponível em: <10.26563/dobras.v8i17.5>. Acesso em: 13 fev. 2022.

SANTOS, Heloisa Helena De Oliveira. Uma análise teórico-política decolonial sobre o conceito de moda e seus usos. Modapalavra e-periódico, v. 13, n. 28, p. 164–190, 2020. Disponível em: <https://doi.org/10.5965/1982615x13272020164>. Acesso em: 12 dez. 2020.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na intimidade. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz (Org.). História da vida privada no Brasil 4. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 173-244.

SILVA, Emanuela Francisca Ferreira. Estampa chita e cesura: Linguagem não-verbal e suas diversas interfaces comunicacionais. Revista Encontros de Vista, v.5, n.1, p. 96-107, 2010. Disponível em: < http://www.journals.ufrpe.br/index.php/encontrosdevista/article/view/4404 >. Acessoem: 15 nov. 2018.

SLADE, Toby; JANSEN, Angela. Letter from the Editors: Decoloniality and Fashion, Fashion Theory, v. 24, n. 7, p. 979-981, 2020. Disponível em: <10.1080/1362704X.2020.1823620>. Acesso em: 20 nov. 2020.

SOARES, Fernando Augusto Hage; MARTINS, Benedita Afonso. Notas sobre a disciplina história da moda: fontes e fantasmas em uma ficção. Revista de Ensino em Artes, Moda e Design, v. 3, n. 1, p. 103 - 112, 2019. Disponível em: 10.5965/25944630312019103. Acesso em: 12 fev. 2022.

TAYLOR, Lou. Fashion and Dress History: Theoretical and Methodological Approaches. In:

BLACK, Sandy et al. (Ed.). The Handbook of Fashion Studies.London: Bloomsburry, 2013.

TORRES, H. A. Alguns aspectos da indumentária da crioula baiana. CadernosPagu, v. 23, p. 413-467, 2004.

TORTORA, Phyllis G. Tortora (Ed.). Berg Encyclopedia of World Dress and Fashion: Global Perspectives. New York: Oxford University Press, 2010, p. 159-170.

TULLOCH, Carol. The Birth of Cool: Style Narratives of the African Diaspora. London: Bloomsbury, 2016.

VANHAUTE, Eric. Immanuel Wallerstein’s lasying impact on the field of world history. Socio, v.15, p. 93-103, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.4000/socio.11049. Acesso em: 13 fev. 2021.

WALLERSTEIN, Immanuel Maurice. Capitalist agriculture and the origins of the European world-economy in the sixteenth century. New York: Academic Press, 2011.

Downloads

Publicado

2022-03-29

Como Citar

MAIA, A. Notas sobre História da Moda e da Indumentária no Brasil e possíveis aproximações com perspectivas decoloniais. dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda, [S. l.], n. 34, p. 200–224, 2022. DOI: 10.26563/dobras.i34.1483. Disponível em: https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1483. Acesso em: 23 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos