Galeria: morros velados
DOI:
https://doi.org/10.26563/dobras.v4i8.223Resumo
As favelas, além de pertencerem ao patrimônio cultural e artístico do Rio de Janeiro, crescem de forma espontânea no inconsciente dos artistas, formando novas constelações no imaginário das cidades. Ao mesmo tempo visíveis e invisíveis, mutantes e estáveis, são sonhadas antes de serem vistas, sentidas antes de serem visitadas. Ao condensar, como num sonho surrealista, as imagens de favelas publicadas pelos turistas ao voltar do Rio de Janeiro, Luiz Pizarro reintegra
essas imagens dispersas ao seu processo criativo. O que ia embora com os “gringos” é reaproveitado para constituir uma nova camada, velada, da arquitetônica imaginária desses não
lugares urbanísticos. A própria estética do lugar é meticulosamente transformada em uma refavelização da tela. Esses espaços outros, habitados e planejados pelo outro, passam a
ser invadidos também pelo artista-bricoleur que soube reaproveitar os restos e pedaços de espaços e de visões alheias para realizar seus morros “re-velados”, parafinas de favelas
ou paisagens sob a neblina (...)