Geração Tombamento e Afrofuturismo: a moda como estratégia de resistência às violências de gênero e de raça no Brasil

Autores

  • Ana Paula Medeiros Teixeira dos Santos
  • Marinês Ribeiro dos Santos

DOI:

https://doi.org/10.26563/dobras.v11i23.716

Palavras-chave:

Geração Tombamento, tranças, turbantes, moda afro-brasileira, Afrofuturismo.

Resumo

O estudo apresentado neste artigo é resultante de uma pesquisa de mestrado que versa sobre ações afirmativas relacionadas ao empoderamento de mulheres negras decorrente da articulação entre a assunção dos cabelos crespos e a moda promovida pela Geração Tombamento. A pesquisa está centrada no evento Afro Chic de Curitiba, que promove oficinas de tran- ças e turbantes como formas de ressignificação do corpo negro. Percebemos esse evento como uma das estratégias da Geração Tombamento, movimento cultural que utiliza a moda e a estética como ferramentas políticas para desconstrução de estereótipos de raça e de gênero, principalmente os construídos pela ideologia de branqueamento no início do século XX.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALBERTI, Verena. História oral: a experiência do CPDOC. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1990.

CALENTI, C.; WOMACK, Y.; ESHUN, K.; CLARK, A.; FREITAS, Kênia Cardoso Vilaça de (Orgs.). Afrofuturismo: cinema e música em uma diáspora intergaláctica. Disponível em: http://www.mostraafrofuturismo.com.br/Afrofuturismo_catalogo.pdf. Acesso em: 5 jul. 2016.

CARDOSO, Claudia Pons. Amefricanizando o feminismo: o pensamento de Lélia Gonzalez. In: Estudos Feministas, Florianópolis, v. 22, n. 3, setembro-dezembro/2014, pp. 965-986. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2014000300015

CARNEIRO, Sueli. Mulheres em movimento. In: Estudos Avançados, v.17, n. 49, 2003, pp. 117-133. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-40142003000300008

COUTINHO, Cassi L. Reis. A estética e o mercado produtor-consumidor de Beleza e Cultura. In: Anais do XXVI Simpósio Nacional de História. ANPUH. São Paulo, 2011.

CRANE, Diana. A moda e seu papel social: classe, gênero e identidade nas roupas. São Paulo: Senac, 2006. 532 p.

_____________. Reflexões sobre a moda: o vestuário como fenômeno social. In: BUENO, Maria Lúcia (Org.). Cultura e consumo: estilos de vida na contemporaneidade. São Paulo: Editora Senac, 2008, pp. 157-178.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo Editorial, 2016.

DERY, Mark. Black to the Future. In: Dery, Mark. Flame Wars: The Discourse of Cyberculture. Duke University Press, 1994. DOI: https://doi.org/10.1515/9780822396765

DIWAN, Pietra. Raça pura: uma história da eugenia no Brasil e no mundo. São Paulo: Contexto, 2007

DOMINGUES, Petrônio José. Negros de almas brancas? A ideologia do branqueamento no interior da comunidade negra em São Paulo, 1915-1930. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/eaa/v24n3/a06v24n3. Acesso em: 11 jul. 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-546X2002000300006

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984, pp. 223-244.

___________. A categoria político-cultural de amefricanidade. In: Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, n. 92/93 (jan./jun.), 1988b, pp. 69-82.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

Hooks, Bell. Alisando nosso cabelo. Disponível em: http://www.criola.org.br/mais/bell%20hooks%20

-%20Alisando%20nosso%20cabelo.pdf. Acesso em: 5 abr. 2015.

LEITÃO, Thais. Empreendedorismo ajuda mulher negra a conquistar respeito social e no mercado de trabalho, diz estilista. Disponível em: http://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2013/03/empreendedorismoajuda-mulher-negra-a-conquistar-respeito-social-e-no. Acesso em: 13 out. 2016.

LOTIERZO, T.; SCHWARCZ, L. K. M. Raça, gênero e projeto branqueador: A redenção de Cam, de Modesto Brocos. In: Artelogie, n. 5, outubro/2013. Disponível em: http://cral.in2p3.fr/artelogie/spip.php?article254. Acesso em: 8 out. 2016. DOI: https://doi.org/10.4000/artelogie.5242

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis: Vozes, 2007.

MATTOS, Ivanilde Guedes. Estética afrodiaspórica e o empoderamento crespo. In: Pontos de Interrogação. Alagoinhas, Bahia: Revista do Programa de Pós-Graduação em Crítica Cultural da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus II, v. 5, n. 2, pp. 37-53, jul./dez. 2015,

MILLER, Daniel. Trecos, troços e coisas: estudos antropológicos sobre a cultura material. Tradução: Renato Aguiar. Rio de Janeiro, Editora Zahar, 2013.

MISKOLCI, Richard. O desejo da nação: masculinidade e branquitude no Brasil de fins do XIX. São Paulo: Annablume, 2012.

OLIVEIRA, Eduardo David. Epistemologia da ancestralidade. In: Entrelugares: Revista de Sociopoética e Abordagens Afins, v. 1, pp. 1-10, 2009.

______ . Filosofia da ancestralidade como filosofia africana: Educação e Cultura Afro-brasileira. Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação, v. 18, pp. 28-47, 2012.

OLIVEIRA, J. S.; PEREIRA, J. A.; SOUZA, M. C. D. Empreendedorismo, cultura e diversidade: a participação dos empreendedores negros nas atividades empreendedoras no Brasil no período de 1990 a 2008. Contextus (Fortaleza), v. 22, pp. 1-24, 2013. DOI: https://doi.org/10.19094/contextus.v11i2.32161

PISCITELLI, Adriana. Interseccionalidades, categorias de articulação e experiências de migrantes brasileiras. In: Sociedade e cultura, v. 11, n. 2, pp. 263-274, jul./dez. 2008. DOI: https://doi.org/10.5216/sec.v11i2.5247

SAFRAN, Willian. Diasporas in Modem Societies: Myths of Homeland and Return. In: Diaspora: A Journal of Transnational Studies, v. 1, n. 1, Spring. University of Toronto Press, 1991, pp. 83-99. Disponível em: http://europeofdiasporas.eu/sites/default/files/posts/files/3.%20Safran%20Diasporas%20in%20Modern%20Society.pdf. Acesso em: 9 out. 2016. DOI: https://doi.org/10.1353/dsp.1991.0004

SANTOS, Ana Paula Medeiros Teixeira. Tranças, turbantes e empoderamento de mulheres negras: artefatos de moda como tecnologias de gênero e raça no evento Afro Chic. Curitiba, 2017. 147 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia e Sociedade) – Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade, Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

SANTOS, Marinês Ribeiro. Gênero e cultura material: considerações sobre a dimensão política dos artefatos cotidianos. In: Revista Estudos Feministas, no prelo, 2015.

STEPAN, Nancy Leys. A hora da eugenia: raça, gênero e nação na América Latina. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2014.

Downloads

Publicado

2018-05-22

Como Citar

DOS SANTOS, A. P. M. T.; DOS SANTOS, M. R. Geração Tombamento e Afrofuturismo: a moda como estratégia de resistência às violências de gênero e de raça no Brasil. dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda, [S. l.], v. 11, n. 23, p. 157–181, 2018. DOI: 10.26563/dobras.v11i23.716. Disponível em: https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/716. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos