Roupas e memória: o simbolismo do vestuário na construção afetiva
DOI:
https://doi.org/10.26563/dobras.v18i44.1927Palavras-chave:
Memória afetiva, Moda, Roupa, Ficção, Objeto simbólicoResumo
O artigo analisa a memória afetiva das roupas, destacando como peças de vestuário se tornam veículos de lembrança e conexão emocional, com base na forma como esses elementos são construídos narrativamente em obras ficcionais. Trata-se de um ensaio teórico-analítico que discute o papel simbólico das roupas como suporte de memória, fundamentado nos estudos de Benarush, Stallybrass, Chauí e Dohmann. A primeira parte apresenta uma contextualização teórica sobre o significado das roupas além de sua funcionalidade utilitária, explorando sua capacidade de resgatar memórias individuais e afetivas. É discutido como os objetos de vestuário transcendem seu status de consumo, assumindo valor simbólico e emocional. Na segunda parte, são analisadas cenas de duas obras ficcionais: o filme O Segredo de Brokeback Mountain e a série Euphoria. Nessas produções, peças como camisas e casaco com capuz assumem um papel central na narrativa ao simbolizar relações afetivas, dor e resistência. As cenas evidenciam como o vestuário carrega marcas físicas e emocionais, tornando-se um elo entre o passado e o presente. O ensaio busca ampliar a compreensão das roupas enquanto objetos de memória, demonstrando que elas não apenas representam o passado, mas também ajudam a ressignificá-lo no presente. Ao final, o leitor é convidado a refletir sobre a relevância das roupas como artefatos simbólicos, portadoras de histórias pessoais e afetivas que transcendem o cotidiano.
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