Territórios de saber e nostalgia na escrita de memória de designers de moda modernos

Autores

  • Ilya Parkins

DOI:

https://doi.org/10.26563/dobras.v11i24.785

Resumo

Como Caroline Evans nota em uma discussão sobre as manequins americanas contratadas pelo designer francês Jean Patou em 1924, na moda “o modelo da padronização e a estética industrial eram comumente percebidas como americanas” (EVANS, 2008, p. 250). O artigo de Evans (2008, p. 261) traça “tensões na modernidade do início do século XX: entre criatividade e negócio, entre França e América e entre o consumo pela elite e a produção de massa”. Ele se apoia no trabalho de Nancy Troy que mostra em seu livro de 2003, Couture Culture, como designers do início do século XX promoviam conceitos de autenticidade em uma batalha frenética para suprimir a lógica interna de cópia e padronização que definia a moda, e como explorar a perceptível oposição entre França e Estados Unidos era uma estratégia importante nesta batalha. Aqui, eu trabalho a partir dos relevantes insights de Troy (2003) e Evans (2008) para destacar o relacionamento tenso entre França e América nos discursos das casas de moda. Entretanto, eu começo pelas articulações autobiográficas dos próprios designers, pois estas abrem novas dimensões – uma epistemológica e uma íntima e psíquica – que nos permitem pensar sobre como o (a) designer está envolvido na manutenção de um discurso de diferenças nacionais – e, ainda, o que o designer pode nos dizer sobre o papel da moda na modernidade. [...]

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BENJAMIN, Water. The Arcades Project. Tradução Howard Eiland e Kevin McLaughlin. Cambridge: Belknap Press,1999.

BURNS, Susan. Inventing the Modern Artist: Art and Culture in Gilded Age America. New Haven: Yale University Press, 1996.

DETTMAR, Kevin; WATT, Stephen (Org.). Marketing Modernism: Self-Promotion, Canonization, and Re-Reading. Ann Arbor: University of Michigan Press, 1996. DOI: https://doi.org/10.3998/mpub.9794

EVANS, Caroline. Masks, Mirrors and Mannequins: Elsa Schiaparelli and the Decentered Subject. Fashion Theory, v. 3, n.1, p. 3-32, 1999. DOI: https://doi.org/10.2752/136270499779165671

______. Fashion at the Edge: Spectacle, Modernity, and Deathliness. New Haven: Yale University Press, 2003.

______. Jean Patou’s American Mannequins: Early Fashion Shows and Modernism. Modernism/Modernity, v. 15, n. 2, p. 243-263, 2008. DOI: https://doi.org/10.1353/mod.2008.0039

FRITZSCHE, Peter. Specters of History: On Nostalgia, Exile, and Modernity. The American Historical Review, v. 106, n. 5, p. 1587-1618, 2001. DOI: https://doi.org/10.2307/2692740

JAFFE, Aaron. Modernism and the Culture of Celebrity. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.

JENSEN, Robert. Marketing Modernism in Fin-de-Siècle Europe. Princeton: Princeton University Press, 1993. DOI: https://doi.org/10.1515/9780691241951

JONES, Ann Rosalind; STALLYBRASS, Peter. Worn Worlds: Renaissance Clothing and the Materials of Memory. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

LEHMAN, Ulrich. Tigersprung: Fashion in Modernity. Cambridge: MIT Press, 2000.

LIPOVETSKY, Gilles. The Empire of Fashion: Dressing Modern Democracy. Tradução Catherine Porter. Princeton: Princeton University Press, 1994.

POIRET, Paul. En habillant l’époque. Paris: Grasset, 1930.

______. King of Fashion. Tradução Stephen Haden Guest. Philadelphia, London: J. B. Lippincott, 1931.

______. Revenez-y. Paris: Gallimard, 1932.

______. Art et phynance. Paris: Lutetia, 1934.

RAK, Julie. Autobiography and Production: The Case of Conrad Black. International Journal of Canadian Studies, n. 25, p. 149-168, 2002.

SCHIAPARELLI, Elsa. Shocking Life: The Autobiography of Elsa Schiaparelli. London: V&A Publications, 2007 [1954].

TROY, Nancy J. Couture Culture: A Study in Modern Art and Fashion. Cambridge: MIT Press, 2003.

TURNER, Catherine. Marketing Modernism between the Two World Wars. Amherst: University of Massachusetts Press, 2003.

VINKEN, Barbara. Fashion Zeitgeist: Trends and Cycles in the Fashion System. Tradução Mark Hewson. Oxford: Berg, 2005. DOI: https://doi.org/10.2752/9780857854094

Downloads

Publicado

2018-12-05

Como Citar

PARKINS, I. Territórios de saber e nostalgia na escrita de memória de designers de moda modernos. dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda, [S. l.], v. 11, n. 24, p. 288–306, 2018. DOI: 10.26563/dobras.v11i24.785. Disponível em: https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/785. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Costuras