Se pinta e se veste: a segunda pele indígena

Auteurs

  • Poliene Soares dos Santos Bicalho

DOI :

https://doi.org/10.26563/dobras.v11i23.712

Mots-clés :

Vestimenta indígena, pintura corporal, artes indígenas.

Résumé

A pintura corporal, para a maioria dos povos indígenas que a praticam no Brasil, simboliza uma segunda pele social e cultural carregada de sentidos e significados distintos e diversos, variando de etnia para etnia. O objetivo deste artigo é identificar e analisar os povos e as pinturas corporais dos grupos que as tomam como expressão maior de suas artes, interpretando-as também como um tipo muito peculiar de vestimenta, com ênfase nos povos indígenas do Cerrado. Nesse sentido, entende-se que a arte de vestir-se para o indígena ultrapassa a beleza, porém ele busca por ela incessantemente; é algo muito, muito além do cobrirem-se as vergonhas, mas pode ter essa intenção em situações eventuais, rituais ou ainda cotidianas, o que varia de povo para povo, de cultura para cultura, das histórias de contato específicas; é algo além do cobrir-se do frio ou do refrescar-se diante do calor dos longos tempos de seca do Cerrado, e o calor certamente moldou o habitus indígena de estar rotineiramente mais despido que vestido.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

NICOLA Norbert, FERRARO, Sonia Dorta (Orgs.) AROMÉRI. Arte plumária do indígena brasileiro/ Brazilian indian feather art. Mercedes-Benz do Brasil S.A. São Bernardo do Campo, SP, 1986.

BONADIO. O corpo vestido. In: MARQUETTI, Flávia Regina. FUNARI, Pedro Paulo A. (Orgs.). Sobre a pele. Imagens e metamorfoses do corpo. São Paulo: Intermeios; FAPESP, Campinas: UNICAMP, 2015, pp. 19-34.

CARDIM, Fernão. Tratados da terra e gente do Brasil. AZEVEDO, Ana Maria de. (Org.). São Paulo: Hedra, 2009.

CARVALHEIRO, Vagner D. G. A atuação de Clodovil Hernandes como figurinista. In: Anais do I Congresso Internacional de Memória, Design e Moda. Moda Documenta: museu, memória e design, pp. 195-204, 2014.

FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 51 ed. São Paulo: Global, 2006.

GANDAVO, Pero de Magalhães. História da província Santa Cruz. VALLE, Ricardo Martins & SANTOS, Clara Carolina Souza (Orgs.). São Paulo: Hedra, 2008.

HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Minidicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.

LAGROU, E. Arte indígena: agência, alteridade e relação. Belo Horizonte: Editora C/Arte, 2013.

LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 18. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005

LEÓN-PORTILLA, Miguel. Prólogo. STRESSER-PEÁN, Claude. De la vestimenta y los hombres: una perspectiva histórica de la indumentária indígena em México. Oaxaca, México: Fundo de Cultura Econômica, 2012. pp. 1-13.

RIBEIRO, Darcy. Arte índia. In: Ribeiro, Darcy (ed.). Suma etnológica brasileira. V. 3: Arte índia. Rio de Janeiro: Vozes, Finep, 1986.

RIBEIRO, Berta G. Arte indígena, linguagem visual. Belo Horizonte: Itatiaia, 1989.

STRESSER-PEÁN, Claude. De la vestimenta y los hombres: una perspectiva histórica de la indumentária indígena em México. Oaxaca, México: Fundo de Cultura Econômica, 2012.

TORAL, André. Pintura corporal Karajá contemporânea. In: VIDAL, Lux. Grafismo indígena: estudos de antropologia estética. São Paulo: Studio Nobel: EDUSP; FAPESP, 1992, pp. 191-207.

VIALOU, Denis; VIALOU, Agueda Vilhena. No início, era o corpo. In: MARQUETTI, Flávia Regina. FUNARI, Pedro Paulo A. (Orgs.). Sobre a pele. Imagens e metamorfoses do corpo. São Paulo: Intermeios; FAPESP,

Campinas: UNICAMP, 2015. pp. 19-34.

VIDAL, Lux. Grafismo indígena: estudos de antropologia estética. São Paulo: Studio Nobel: EDUSP. FAPESP, 1992, pp. 191-207.

VIDAL, Lux. Xikrin. In: Arte e corpo. Pintura sobre a pele e adornos de povos indígenas brasileiros. Rio de Janeiro: FUNARTE, INAP, 1985. pp. 27-37.

SITES:

MMA – Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: http://www.mma.gov.br/biomas/cerrado. Acesso em: 13 set. 2017 às 16h58min.

ISA – Instituto Socioambiental – Povos Indígenas do Brasil. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/povo/paresi/2044. Acesso em: 11 set. 2017 às 9h32min.

ISA – Instituto Socioambiental – Povos Indígenas do Brasil. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/povo/kadiweu/262. Acesso em: 11 set. 2017 às 9h55min.

ISA – Instituto Socioambiental – Povos Indígenas do Brasil. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/povo/bororo/239. Acesso em: 11 set. 2017 às 10h11min.

ISA – Instituto Socioambiental – Povos Indígenas do Brasil. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/povo/xikrin-mebengokre. Acesso em: 11 set. 2017 às 11h06 min.

ISA – Instituto Socioambiental – Povos Indígenas do Brasil. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/povo/xavante. Acesso em: 14 fev. 2018 às 10h17min.

Téléchargements

Publiée

2018-05-22

Comment citer

BICALHO, P. S. dos S. Se pinta e se veste: a segunda pele indígena. dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda, [S. l.], v. 11, n. 23, p. 88–99, 2018. DOI: 10.26563/dobras.v11i23.712. Disponível em: https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/712. Acesso em: 22 juill. 2024.

Numéro

Rubrique

Dossiê