Das técnicas do desfilar aos vazamentos corporais
DOI:
https://doi.org/10.26563/dobras.i36.1610Palavras-chave:
Corpo, Desfiles de moda, Técnicas, Expressividade, Vazamentos corporaisResumo
Este artigo pretende abordar os corpos dos desfiles de moda a partir da compreensão do corpo como uma força sensório-motora expressiva, que nos permite considerar, em meio à visível uniformidade de performances nas passarelas, nuances das especificidades compositoras de tais aparições. Assim, apresentaremos a noção de vazamentos corporais, defendida na tese Metáfora do Cabide: corpo e aparição nos desfiles de moda (LEAHY, 2018), sobretudo a partir das noções de técnicas do corpo, do sociólogo e antropólogo Marcel Mauss (2003), e de esquema corporal, do filósofo fenomenólogo Maurice Merleau-Ponty (1999). Após situarmos as formas pelas quais os corpos vestidos realizavam suas performances nos desfiles até os modos contemporâneos, tratamos da questão das técnicas corporais utilizadas especificamente na atividade dos corpos nas passarelas, que podem ser compreendidas como técnicas do desfilar. A partir de breves exemplos de desfiles da São Paulo Fashion Week 42 (SPFW42) do ano de 2016, analisados na tese2, vamos perceber e discutir sobre os vazamentos operados e expressos por esses corpos, reconhecendo-os como elaborados em uma cultura, agenciados como potências sensíveis e motoras.
2Os desfiles analisados foram: Animale, Lab, Água de Coco e Ronaldo Fraga.
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