A moldura do desnudamento. Tensionamentos do dispositivo nudez/veste no figurino de Fábia Bercsek para a performance musical de Laura Diaz (Teto Preto)
DOI:
https://doi.org/10.26563/dobras.i36.1614Palavras-chave:
Figurino, Nudez, Filosofia da moda, Performance, Música brasileiraResumo
Este artigo busca desenvolver uma reflexão filosófica acerca dos sentidos do desnudamento a partir de um estudo de caso dos figurinos assinados por Fábia Bercsek para as performances de Laura Diaz, vocalista do grupo musical independente Teto Preto. Em diálogo com as discussões empreendidas por Giorgio Agamben sobre a nudez e a noção de performance de Paul Zumthor, observamos como a veste pode se colocar como um agente a emoldurar e ressignificar a nudez no contexto performático. Como corpus de análise, elencamos três peças usadas em cena e analisamos suas modelagens, suas dinâmicas e seus sentidos em relação à tríade corpo vestido-espaço-espectador, que propomos como modelo analítico. Como resultados, destacamos as possibilidades e as potencialidades políticas do figurino de Fábia Bercsek, considerando-se a modelagem, a leitura de gênero e o tensionamento do dispositivo nudez/veste.
Downloads
Referências
AGAMBEN, Giorgio. “Nudez”. In. AGAMBEN, Giorgio. Nudez. Tradução: Davi Pessoa Carneiro. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015. p. 87 – 129.
ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual. Uma psicologia da visão criadora. Tradução: Ivonne Terezinha de Faria. São Paulo: Cengage Learning, 2015.
BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo. Fatos e mitos. Tradução: Sérgio Milliet. 3ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.
BERCSEK, Fábia. “‘O fato é que eu sou artista. E ponto’, diz Fabia Bercsek ao descontinuar negócios”. [Entrevista concedida a] Camila Yahn. Revista FFW, 8 de fevereiro de 2010. Disponível em: https://ffw.uol.com.br/noticias/moda/fabia-bercsek-descontinua-negociose-afirma-sou-artista-e-ponto/. Acesso em: 24 de fev. 2022.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero. Feminismo e subversão da identidade. Tradução: Renato Aguiar. 10ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.
DIAZ, Laura. “Laura Diaz”. [Entrevista concedida a] Milly Lacombe. Revista TPM, 10 de abril de 2013. Disponível em: https://revistatrip.uol.com.br/trip/laura-diaz. Acesso em: 24 de fev. 2022.
DIAZ, Laura. “Laura Diaz comenta nova formação do TETO PRETO, velhos desafios e a influência da moda na performance”. [Entrevista concedida a] Laura Pádua. Revista Balaclava, 17 de agosto de 2021. Disponível em: https://revistabalaclava.com/lauradiaz-comenta-nova-formacao-do-teto-preto-velhos-desafios-e-a-influencia-da-moda-nasperformances/ Acesso em: 24 fev. 2022.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Tradução: Roberto Machado. 3ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015.
GONÇALVES, Renato. “’Gasolina neles!’ Estéticas do inquietante na música popular no Brasil pós-2013 a partir do coletivo Teto Preto”. In Anais do 2o Simpósio Internacional de Relações Sistêmicas da Arte. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2020. p. 519-527.
PAGLIA, Camille. Personas sexuais. Arte e decadência de Nefertiti a Emily Dickinson. Tradução: Marcos Santarrita. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
SALTZMAN, Andrea Laura. “A metáfora da pele no processo projetual da vestimenta”. In. PIRES, Beatriz Ferreira; GARCIA, Claudia; AVELAR, Suzana (org.). Moda, vestimenta, corpo. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2015. p. 83-94.
SONTAG, Susan. “Notas sobre o camp”. In SONTAG, Susan. Contra a interpretação: e outros ensaios. Tradução Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2020. p. 346 – 367.
STEELE, Valerie. Fetiche: moda, sexo e poder. Rio de Janeiro: Rocco, 1997. “Teto Preto Live Show / Boiler Room x Ballantine’s True Music: Hybrid Sounds Sao Paulo”. Disponível em: https://youtu.be/SbPmnFaNgCE. Acesso em: 24 de fev. 2022.
“TETO PRETO – PEDRA PRETA”. Disponível em: https://youtu.be/5nflC6GkQ8Q. Acesso em 24 de fev. 2022. “Teto Preto @ Festival Bananada 2019 (17.8.2019)”. Disponível em: https://youtu.be/xdglL0Bl_dM. Acesso em 24 de fev. 2022.
WOLF, Naomi. O mito da beleza. Como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres. Tradução: Waldéa Barcellos. 15ª edição. Rio de Janerio: Rosa dos Ventos, 2020.
ZUMTHOR, Paul. Performance, recepção, leitura. Tradução: Jerusa Pires Ferreira e Suely Fenerich. São Paulo: Ubu Editora, 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais