O “cabra macho” veste saia: novas masculinidades no cenário patriarcal
DOI:
https://doi.org/10.26563/dobras.i39.1780Schlagworte:
Saia masculina, Novas masculinidades, PatriarcadoAbstract
Existe uma discussão crescente na mídia e no jornalismo especializado em moda, que sugere uma maior aproximação por parte do público masculino à adoção da saia como vestimenta. No entanto, no nordeste brasileiro, visualizar homens vestindo a peça continua sendo um fato esporádico. Portanto, nosso trabalho buscou dar visibilidade real aos usuários de saia masculina, estabelecendo a cidade do Recife como ponto de referência para nossas investigações. Os estudos concebidos sobre o masculino (Connell, 1995; Kimmel, 1997) e sobre a história regional (Albuquerque, 1999, 2009; 2013) foram as bases teóricas para este trabalho, o qual se guiou pelos seguintes questionamentos: quem são esses homens, que espaços ocupam e quais são as adversidades que enfrentam por usarem uma peça tida como feminina no imaginário coletivo? Concluiu-se, assim, que as particularidades que acompanham o ato de vestir uma saia masculina estão ligadas ao contexto, à educação e à cultura próprios da região, sendo o histórico patriarcal da cidade um fator determinante nas novas masculinidades.
Downloads
Literaturhinweise
ALBUQUERQUE JR, Durval. Nordestino: uma invenção do falo - uma história do gênero masculino (Nordeste 1920/1940). São Paulo: Intermeios, 2013.
ALBUQUERQUE JR, Durval. Quem é frouxo não se mete: violência e masculinidade como elementos constitutivos da imagem do nordestino. São Paulo: Proj. História, 1999.
ALBUQUERQUE JR, Durval. A invenção do Nordeste e outras artes. São Paulo: Cortez, 2009.
ANDRADE, Vivian Galdino. Laços entre a História e a Tela: a forjadura da identidade do “cabra-macho” do Nordeste. In: I Seminário Nacional de Gênero e Práticas Culturais, 2007, João Pessoa. I Seminário Nacional de Gênero e Práticas Culturais. João Pessoa: Editora Universitária – UFPB, p. 01-10, 2007.
BADINTER, Elisabeth. XY, la identidad masculina. Madrid: Alianza Editorial, 1993.
BASE DE DADOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO. População residente, por cor ou raça, situação e sexo. 2015. Disponível em http://www.bde.pe.gov.br/visualizacao/ Visualizacao_formato2.aspx?CodInformacao=1031&Cod=3> Acesso em 23 mar. de 2021.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2010.
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Editora Bertrand, 1989.
CONNELL, Robert. La organización social de la masculinidad. Berkeley, Los Angeles: University of California Press, 1995.
FEITOSA, Zeilton. Mulher macho, sim, senhor. São Paulo: Cortez, 1980.
FERNANDES, Me. Memória Camponesa. Anais da 21 Reunião Anual de Psicologia, SPRP, Ribeirão Preto, 2015.
FERRAZ, Claudia Pereira. A etnografia digital e os fundamentos da antropologia para estudos de redes on-line. Aurora: revista de arte, mídia e política, São Paulo, v.12, n.35, p. 46-69, jun./set. 2019. DOI: https://doi.org/10.23925/v12n35_artigo3
FOLHA DE PERNAMBUCO. Pernambuco é o oitavo estado mais violento para a população LGBT. 2018. Disponível em https://www.folhape.com.br/noticias/pernambuco-e-ooitavo-estado-mais-violento-para-a-populacao-lgbt/81477/>. Acesso em 25 mar. 2021.
FRAGOSO, Suelly; RECUERO, Raquel; AMARAL, Adriana. Métodos de pesquisa para internet. Porto Alegre: Sulina, 2011.
GOMEZ, Elizabeth. Nem anjos, nem demônios: homens comuns: narrativas sobre masculinidades e violência de gênero. Unicamp: Campinas, 2011.
HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 1997.
KIMMELL, Michael. Homofobia, temor, vergüenza y silencio en la entidad masculina. Santiago: Flacsoisis Internacional, 1997.
LEITÃO, Carla. A entrevista como instrumento de pesquisa científica em Informática na Educação: planejamento, execução e análise. 2021. Disponível em: <https://metodologia.ceie-br.org/livro-3/>. Acesso em 15 dez. 2022.
MIRANDA, Ana Paula de; CASOTTI, Leticia; CHEVITARESE, Leandro. Saia de homem como discurso de poder. Dobras, n. 26, v. 12, 2019. DOI: https://doi.org/10.26563/dobras.v12i26.918
MONTESINOS, Rafael. La masculinidad ante una nueva era. México: El cotidiano, vol.18, 2002.
NEVES, Frederico de Castro. O nordeste e a historiografia brasileira. Ponta de Lança: revista eletrônica de história, memória & cultura, Fortaleza, v. 5, n. 10, p. 6-24, out. 2013.
PEREIRA, Severino; AYROSA, Eduardo. Estigma, consumo e identidade de gênero entre gays. Florianópolis: ANPAD, 2010.
PONTES, Beatriz Yolanda. Com que roupa você vai para aquela festa? O consumo e seus desdobramentos sociais entre os jovens homossexuais no Recife. Recife: Dialética, 2020.
SANTA ROSA MATOS Marcos. Famílias desagregadas sobre a terra ressequida: Indústria da seca e deslocamentos familiares no Nordeste do Brasil. Nómadas. Critical Journal of Social and Juridical Sciences. Madrid: 2013 DOI: https://doi.org/10.5209/rev_NOMA.2012.41773
SEIDMAN, Irving. Interviewing as Qualitative Research: a guide for researchers in education and social sciences. 4th Ed. New York: Teachers College Press, 2013.
WELZER-LANG, Daniel. A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia, In: Estudos Feministas, 2001. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2001000200008
Downloads
Veröffentlicht
Zitationsvorschlag
Ausgabe
Rubrik
Lizenz
Dieses Werk steht unter der Lizenz Creative Commons Namensnennung - Nicht-kommerziell - Weitergabe unter gleichen Bedingungen 4.0 International. Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais