Fios que tecem a resistência – o fio a fio ancestral de Sonia Gomes
DOI:
https://doi.org/10.26563/dobras.i41.1866Palavras-chave:
Atlas, Decolonialidade, Montagem, Sonia Gomes, TêxteisResumo
Este artigo apresenta um recorte da cena contemporânea das artes e ofícios têxteis como forma de resistência, sem a pretensão de abarcar um universo mais abrangente da sua realidade e dos seus significados sociais, políticos e culturais. O recorte mostra a sua configuração através de um atlas elaborado por inspiração do Atlas Mnemosyne, do pesquisador alemão Aby Warburg. O atlas exibe conjuntos de imagens das obras de alguns artistas-ativistas têxteis que mantêm vivas as lutas feministas, antirracistas, anticapitalistas e anticoloniais, bem como questões de gênero, através de um posicionamento de resistência contra as narrativas eurocêntricas. Indica também que os ofícios mapeados demonstram como as fronteiras circunscritas no âmbito da vida doméstica e das atividades, designadas como próprias da mulher, estão sendo visivelmente esgarçadas e diluídas. A artista brasileira Sonia Gomes mereceu destaque, uma vez que consideramos que o conjunto de sua obra, através de bordados e outros objetos têxteis, representam um posicionamento dela contra essas narrativas e em favor da decolonialidade.
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