Do tartan ao tumulto: engajamento sensorial e narrativas históricas em “Highland Rape” de Alexander McQueen

Resumo

Este artigo examina “Highland Rape” (Outono/Inverno 1995), de Alexander McQueen, como uma coleção que transcende a estética para explorar temas como trauma, resiliência e memória histórica. Conhecida por seu título provocador e imagens gráficas, a coleção desafia os padrões convencionais de beleza e redefine o papel da moda na sociedade ao confrontar o público com narrativas complexas de sofrimento pessoal e coletivo. Por meio de tecidos rasgados, pele exposta e contrastes visuais intensos, McQueen constrói um comentário contundente sobre a história violenta das Terras Altas da Escócia, entrelaçada com suas próprias experiências pessoais. Fundamentado em quadros teóricos de Roland Barthes e Michel Foucault - especialmente as teorias semióticas de Barthes e os conceitos de poder e disciplina corporal de Foucault - este estudo analisa como McQueen transformou a passarela em um palco simbólico. Suas criações funcionam como signos - mutáveis, provocativos e saturados de significado - enquanto a dimensão performativa dos desfiles estimula engajamento tanto emocional quanto intelectual. As contribuições de estudiosos como Caroline Evans e Judith Watt também ajudam a situar o trabalho de McQueen dentro de uma tradição de narrativa crítica na moda. Em última análise, o artigo argumenta que “Highland Rape” exemplifica o potencial da moda para provocar diálogos sobre identidade, memória e crítica sociopolítica. Posicionada dentro do discurso mais amplo da moda como forma de arte expressiva e prática de design, a coleção continua a ressoar como uma força transformadora na história contemporânea da moda.