Influências dos tecidos e das estamparias africanas na identidade e na cultura afro-brasileiras

Autores

  • Julia Vidal Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ)
  • Dyego de Oliveira Arruda Universidade de São Paulo (USP)

DOI:

https://doi.org/10.26563/dobras.i30.1236

Palavras-chave:

Tecidos, Moda, Estamparia, Identidade Afro-Brasileira, Cultura

Resumo

Este artigo se propõe a apresentar os tecidos e as estamparias africanas como veículos de identidades híbridas, que constroem uma trama de saberes ao longo de suas articulações econômicas, culturais e sociais. Por meio de pesquisas bibliográficas e entrevistas, pretendemos compreender o papel social dos tecidos Wax, Adinkra e Ofi/Pano da Costa como patrimônios culturais que preservam e transmitem aspectos da história e da filosofia, além de valores e normas socioculturais, dos povos da África. Esses tecidos ganham importância ao se apresentarem como telas de representação do jogo de identidades africanas e renovações identitárias afro-brasileiras. Para o fortalecimento da memória e conscientização das contribuições africanas no Brasil, propomos o estudo dos tecidos africanos, de suas narrativas em estamparias e dos seus usos cotidianos como ferramentas de autoinscrição e de difusão do legado de resistência dos povos africanos em diáspora pelo mundo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Julia Vidal, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ)

Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Étnico-Raciais. É designer de moda e professora do Instituto Europeu de Design (IED), no Rio de Janeiro.

Dyego de Oliveira Arruda, Universidade de São Paulo (USP)

Doutor em Administração de Organizações. Realizou estágio de Pós-Doutorado em Administração na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). É professor do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ), no Rio de Janeiro, credenciado no Programa de Pós-Graduação em Relações Étnico-Raciais (PPRER) da instituição

Referências

ADLER, Peter; BARNARD, Nicholas. African majesty: the textile art of the Ashanti and Ewe. London: Thames and Hudson, 1992.

BANDEIRA, Pedro Correa; LAGO, Julio. Debret e o Brasil: obra completa. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora Capivara, 2013.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. 6. ed. São Paulo: Edições 70, 2011.

BARRETTO, Luiz. Uma opção democrática para ascensão profissional. 2014. Disponível em: http://www.institutoiab.org.br/bancodeconhecimento/desenvolvimento-e empreendedorismoafro-brasileiro/. Acesso em: 27 nov. 2017.

BRUGGEMAN, Danielle. Vlisco: made in Holland, adorned in West Africa (re)appropriated as Dutch design. Fashion, Style & Popular Culture, v. 4, n. 2, 2017, p. 197-214. Disponível em: https://doi.org/10.1386/fspc.4.2.197_1. Acesso em: 15 dez. 2019.

CARISE, Iracy. A arte negra na cultura brasileira. Rio de Janeiro: Editora Artenova, 1974.

DU BOIS, William Edward Burghardt. The souls of black folk. New York: Dover Publications, 1994.

EICHER, Joanne Bubolz. Nigerian handcrafts textile. Ilê-Ifé: University of Ifé Press, 1976.

EIRAS, Natália. Moda afro: no centro de SP ou na internet, a negritude ganha força fashion. Ceert. 2015. Disponível em: https://www.ceert.org.br/noticias/historia-culturaarte/8801/moda-afro-no-centro-de-sp-ou-na-internet-a-negritude-ganha forca-fashion> Acesso em: 20 nov. 2015.

FERREIRA, Larissa. Corpos moventes em diáspora: dança, identidade e reexistências. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), v. 11, n. 27,2019, p. 50-63.

GILROY, Paul. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Editora 34, 1993.

GOFFMAN, Erving. A representação do eu na vida cotidiana. 13. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2014.

GOMES, Nilma Lino. O Movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis: Editora Vozes, 2017.

HALL, Stuart. Identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro: Editora DP&A, 2006.

LEENHARDT, Jacques; TITAN JR., Samuel (orgs.). Seydou Keïta. São Paulo: IMS, 2018.

LODY, Raul. Moda e história: as indumentárias das mulheres de fé. São Paulo: Editora Senac, 2015.

LOPES, Goya; FALCÓN, Gustavo. Imagens da diáspora. Salvador: Solisluna Editora, 2010.

MAURÍCIO, Jorge da Silva. O Pano da Costa. In: BAHIA – Governo do Estado (org.). Pano da Costa: Cadernos do IPAC, 1. Salvador: IPAC, 2009, p. 12-16. MBEMBE, Achille. As formas africanas de autoinscrição. Estudos Afro-Asiáticos, v. 23, n. 1, 2001, p. 171-209. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0101-546X2001000100007. Acesso em: 10 dez. 2019.

NASCIMENTO, Elisa Larkin; GÁ, Luiz Carlos (orgs). Adinkra: sabedoria em símbolos africanos. Rio de Janeiro: Editora Pallas, 2009.

PICTON, John; MACK, John. African textiles. 2. ed. London: British Museum, 1989. RODRIGUES JR., Luiz Rufino. Pedagogia das encruzilhadas. Revista Periferia, v. 10, n. 1,2018, p. 71-88. Disponível em: https://doi.org/10.12957/periferia.2018.31504. Acesso em:10 nov. 2019.

RUGENDAS, Johann Moritz. Viagem pitoresca através do Brasil. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1998.

SANSONE, Livio. Os objetos da identidade negra: consumo, mercantilização, globalização e a criação de culturas negras no Brasil. Revista Mana, v. 6, n. 1, 2000, p. 87-119. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-93132000000100004. Acesso em: 10 dez. 2019.

SILVA, Rosyane Maria da. Iquiya: sobre significados e simbologias de uso de turbantes por mulheres negras. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), v. 10, Ed. Esp., 2018, p. 124-148.

VIDAL, Julia. O africano que existe em nós, brasileiros: design e moda afro- brasileiros. Rio de Janeiro: Babilonia Cultura Editorial; Fundação Biblioteca Nacional, 2014.

WILLIAM, Rodney. Apropriação cultural. São Paulo: Ed. Pólen, 2019.

Publicado

2020-12-01

Como Citar

VIDAL, J.; ARRUDA, D. de O. Influências dos tecidos e das estamparias africanas na identidade e na cultura afro-brasileiras. dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda, [S. l.], v. 15, n. 30, p. 91–114, 2020. DOI: 10.26563/dobras.i30.1236. Disponível em: https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1236. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Secção

Dossiê