A literatura de cordel como meio de divulgação da moda na Portugal do século XVIII.
DOI:
https://doi.org/10.26563/dobras.v13i28.1064Palavras-chave:
Estética. Vestuário. Mulheres. Papel volante. SociabilidadesResumo
Inúmeros fatos eclodiram e representaram a tomada de novas posturas e de pensamentos durante o século XVIII. Na Europa, as portuguesas setecentistas sentiriam e até participariam, ainda que timidamente, das tais transformações que decorreram no período denominado como Século das Luzes. Durante essa época, Portugal tinha como aliada a Inglaterra, mas também recebia fortes influências da França, sobretudo nas maneiras do vestir. Por meio de análise bibliográfica, principalmente de autores como Moura, Santos e Chantal, o presente artigo relacionará moda e literatura de cordel, contribuindo para o avanço da história do traje e da moda na relação com a literatura ao compreender as mudanças sociais e estéticas sofridas em solo português por meio da imprensa de cordel. Esses papéis volantes, como condutores das transformações sociais, culturais e, principalmente, estéticas em Portugal, permitirão-nos averiguar um pouco o dia a dia das portuguesas aristocratas e como o traje e a moda inglesa e a francesa foram recebidas e difundidas no continente lusitano.Downloads
Referências
CHANTAL, Suzanne. A vida quotidiana em Portugal ao tempo do terramoto. Lisboa:
Edição Livros do Brasil, 1970.
FERREIRA, Manoela Bernardi. Moda e política: influências e consequências deixadas pela
moda francesa e inglesa nos trajes de corte de Portugal durante 1789 a 1807. 2018. 158
f.Dissertação (Mestrado em Design de Moda) – Universidade da Beira Interior, Covilhã, 2018.
MAGALHÃES, Alberto da Conceição. A real fábrica das sedas e o comércio têxtil com o
Brasil: 1734-1822. 2010. Disponível em: https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/4153/1/
ulfl098443_tm.pdf. Acesso em: 19 jul. 2019.
MOURA, Isabel Cristina Silva da Costa. Moda em cordel: aspectos e sugestões da moda
em finais de Antigo Regime. 2010. 215 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Literários
Culturais e Interartes – Culturas Ibéricas) – Faculdade de Letras da Universidade do Porto,
Porto, 2010. Disponível em https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/56123/2/
TESEMESISABELMOURA000128562.pdf. Acesso em: 5 jun. 2019.
NOGUEIRA, Carlos. Literatura de cordel portuguesa: história, teoria e interpretação.
Lisboa: Apenas Livros, 2003.
SANTOS, Maria José Moutinho. O luxo e as modas em textos de cordel da segunda metade
do séc. XVIII. Revista de História, v. 9 (1989), 2013, p. 137-164. Disponível em: https://
repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/13141/2/6414000069804.pdf. Acesso em: 12
jun. 2019.
Literatura de cordel
A grande dezordem que teve o Marido com a Mulher Por não querer que trouxesse o Tupete à
Marrafe. Lisboa: Officina de António Gomes, 1791.
Compendio de Theologia Moral Evangelica.... Lisboa: Regia Officina Typografica, 1776.
Defeza das Madamas a favor das suas modas.... Lisboa: Officina de António Gomes, 1792.
F. M. G. S. M. (1783). Satyra em louvor das modas ou ESCUDO DA PERALTICE: obra útil a
velhos e velhas, meninos e meninas, composta e oferecida aos senhores peraltas e casquilhos de
Lisboa. Lisboa: Oficina de Simão Thaddeo Ferreira.
Gracioza, e divertida farça ou o novo entremez intitulado A defesa das madamas a favor das
suas modas, em que deixao convencida a paraltisse dos homens. Lisboa: Oficina de António
Gomes, 1742.
Modas do Tempo Descubertas na Quarta parte dos Opios. Lisboa: Officina de Simão Thaddeo
Ferreira, 1788.
Nova Palestra em que as Senhoras da Moda entretem as tarde de Sermão. Lisboa: Officina de
Domingos Gonsalves, 1786.
Nova Sátyra ao formidável chapeo e anquinhas que apareceram no passeio do cais grande, e
a bulha que tiverão os apaixonados de ambos os theatros. Lisboa: Oficina de António Gomes,
Novo entremez intitulado A receita de ser peralta ou de casquilharia por força. Lisboa: (sem
registro da oficina) 1789.
Opio que dão os Homens e as Senhoras na cidade de Lisboa huns aos outros.... Lisboa: Officina
de Simão Thaddeo Ferreira, 1786.
Os Peraltas Castigados.... Lisboa: Officina de Domingos Gonsalves, 1786.
Queixas de Clorindo ou reprhençam amigável das modas extravagantes. Lisboa: Oficina de
Domingos Gonsalves, 1782.
Relação de huma carta escrita às Peraltas em a qual se lhe apontam os rediculos trastes de que
usão.... Lisboa: Officina de Francisco Borges de Sousa, 1787.
Testamento e ultima disposição que de seus ornatos, enfeites, e adornos fez huma França, por
causa da nova pragmática, querendo reformarse, deixar o mundo, e entrar em religião, repartindo
primeiro pelos conventos pobres as suas melhores gallas, e fazendo outras obras pias, como nelle
pode ver o fleumático leitor. Catalunha: Emprensa de Francisco Guevarz, 1751.