O nome dela é Jenifer
representatividade gorda importa
DOI:
https://doi.org/10.26563/dobras.i33.1430Palavras-chave:
Gordofobia, Representatividade gorda, Comunicação e arte, MídiaResumo
Apesar de a gordofobia ser entendida como o preconceito contra as pessoas gordas, tal preconceito é experimentado de maneira muito mais visceral entre as mulheres. O estigma do peso na sociedade contemporânea e as representações midiáticas das mulheres gordas atuam em uma espécie de cabo de força, ora tensionando mais para um lado, ora para outro. Ao estudar tais representações em uma pesquisa que combina revisão de literatura e análise de conteúdo em uma perspectiva complexa, entendeu-se que a ideia que se tem das corporeidades gordas perpassa justamente pela forma como elas são representadas na mídia, incluindo nesse contexto suas vestes e relações com as mesmas. Este artigo apresenta, além de alguns dos mecanismos de ação da gordofobia na relação do peso com a mídia, uma forma de desconstrução desse preconceito a partir da própria representação midiática não estigmatizada do corpo gordo, tendo como exemplo o clipe de Jenifer, canção na voz de Gabriel Diniz, cuja interpretação da personagem principal ficou por conta da atriz Mariana Xavier, uma mulher gorda. São abordadas questões referentes aos padrões de beleza no que diz respeito ao tamanho do corpo feminino em contextos culturais distintos em um estudo que extrapola as interrelações entre gordura, raça e classe e cujo objetivo é não só inscrever a gordofobia como objeto de estudos na área da comunicação e das artes, como também promover a reflexão de que a desconstrução desse preconceito e a (re)apropriação e ressignificação desse corpo passa necessariamente pela representatividade da mulher gorda das mais diversas formas e nos mais diversos espaços.
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