Picote: negócio fechado
DOI:
https://doi.org/10.26563/dobras.v4i8.222Resumo
Situada em uma esfera importante, mas movediça, e existindo como uma das atividades da qual mais fazemos uso em nosso dia a dia, a prática da compra hoje, que na maioria das vezes cumprimos irrefletidamente, inibe o nosso exercício e altera drasticamente a nossa percepção de etapas e de matizes que, até há pouco tempo, entravam em jogo na hora de ir às compras – comprar nesse passado nada remoto comportava condutas e reflexões que burilavam nossas humanas e intrínsecas capacidades de negociar dentro da sofisticada malha da troca social. Hoje enormemente alteradas ou mesmo embotadas, as negociações contemporâneas ligadas
à compra deixam no obscurantismo regras e protocolos de que então fazíamos uso frequente, quer em frente de qualquer objeto que estivéssemos ansiosos por obter, quer diante dos que possuíamos e queríamos comerciar. Vou tratar aqui neste texto, içado por um inspirado ensaio de Herant Katchadourian1, de relações derivadas de atos da compra, além de aproveitar e falar sobre São Paulo e finalizar minha breve reflexão ao tocar na figura dos colecionadores, através da conversa recente que tive com Christian-Jack Heymès (...)