Janelas: tramando visibilidades
DOI:
https://doi.org/10.26563/dobras.v3i7.260Resumo
Em tempos de crise mundial, a América Latina não se intimida. Curiosamente, virou foco de atração dos fundos de private equity globais1: ou seja, a região está se tornando alvo de investimentos estrangeiros de peso, fato aparentemente inusitado. Afinal, crise é com ela mesma: passamos por crises de identidade, crises políticas e, claro, muitas, mas muitas crises
econômicas. No entanto, sempre soubemos persistir. Nesse movimento, fazemos nascer o novo do improvável juntando nossas mãos e tecendo novos caminhos de sobrevivência. Sob esse aspecto, a moda dá exemplo com o esforço das cooperativas de artesãos e designers que se unem num processo de efervescência criativa, como abundam exemplos do Uruguai ao Peru. Nas terras que se debruçam sobre a linha do Equador para depois se esparramar dos Andes ao Polo Sul, os fios se trançam sob bordados e estampas registrando modos de vida, da mesma forma que o papel recebe a tinta e documenta um momento preciso com marcas que sobrevivem mais do que o próprio autor da mensagem. Tal como as mitológicas Moiras fiam destinos diferentes para os seres humanos na sua Roda da Fortuna2, também artesãos e indústrias têxteis tecem imagens que vão além da existência individual ou do contexto social em que foram produzidas, impelindo-as a uma pós-vida (...)