Partidários/as de esquerda, militância e consumo de vestuário
DOI:
https://doi.org/10.26563/dobras.i31.1300Schlagworte:
Partido político, Movimento social, RoupaAbstract
Este trabalho é oriundo de pesquisa de mestrado concluída (UFRPE, 2016) sobre as falas acerca de práticas de consumo de 12 pessoas filiadas a partidos políticos compreendidos como de esquerda: Partido dos Trabalhadores (PT) e Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). As respostas foram obtidas por meio de entrevistas dirigidas em profundidade e o consumo de produtos de vestuário é o recorte aqui apresentado. Pensar no que veste o corpo, sua procedência, seus impactos e suas reverberações é uma via de expressão política refletida (DOUGLAS; ISHERWOOD, [1979] 2013). São práticas cotidianas, construções identitárias (DUBAR, 1997; 2009) e crenças comunicadas a partir do vestir, em um espaço e um tempo determinados (CAMPBELL, 2002), que podem ser sistematizadas e compreendidas a partir de olhar semiótico (GREIMAS; COURTÉS, 1979). Assim, a roupa não foi um item discutido apenas em si mesmo, mas o tema suscitou associações com narrações sobre os estilos de vida, as formas de aquisição, as ponderações sobre modos de produção, além das mais comuns referentes à marca e ao preço. Embora a filiação aos partidos proporcione, em alguma medida, reflexões sobre produção e sistema econômico, as falas revelaram que as práticas dos/as filiados/as são pautadas por suas trajetórias de vida e suas aproximações a movimentos sociais que dialogam com os partidos, mas não necessariamente são orientadas por eles. O ser de esquerda não foi o determinante principal, mas as linhas e entrelinhas do discurso vestido e narrado durante as entrevistas, nas quais se destacaram questões sobre o consumo de bens e produtos.
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