Cangaceiros e sua existência ético-estética: entre dândis do sertão e banditismo social
DOI:
https://doi.org/10.26563/dobras.i39.1652Palabras clave:
Estética do cangaço, Modos de existência, Modernidade, LampiãoResumen
Este artigo traz uma investigação de caráter pós-doutoral sobre o modo de existência ético-estético dos cangaceiros. O Cangaço é um movimento da subcultura fora- -da-lei, no Nordeste do Brasil, que remonta a meados do século XIX. Esta pesquisa reflete sobre a estética do bando de Lampião, em atuação entre os anos de 1920 a 1940. A estética do cangaço é marcante pela indumentária de couro, originada do vaqueiro da região, mas que constitui-se em aparência única, repleta de bordados simbólicos, adereços metálicos e composições entre funcionalidades bélicas e adornáveis. O estudo contempla os significados da modernidade em autores como Walter Benjamin e Charles Baudelaire, e como seus conceitos são pensados na aparição dos sujeitos ambíguos que viviam de forma nômade na caatinga, no sertão nordestino. Entre as instâncias que o cangaceiro se situa na cultura popular, o artigo demonstra sua presença na transição do cinema de caráter clássico-industrial para a experimentação autoral no Cinema Novo.
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