Moda hippie & a prática “faça você mesmo”
a juventude “transada” da revista Pop (anos 1970)
DOI :
https://doi.org/10.26563/dobras.i34.1478Mots-clés :
Juventude, Moda hippie, Faça você mesmo, Revista Pop, GêneroRésumé
A Pop foi a primeira revista dirigida especificamente para a juventude brasileira, tendo circulado entre 1972 e 1979 pela editora Abril em plena ditadura civil-militar. A publicação dialogou com transformações comportamentais impulsionadas pela contracultura e por alguns movimentos sociais para moldar uma representação de juventude “transada” na tentativa de atrair garotos e garotas, sobretudo, das camadas médias brancas, atuando como um referencial na construção das identidades juvenis. E como os corpos não possuem fronteiras fixas nem imutáveis, são produzidos socialmente nem interação com o mundo, não existindo, portanto, os que não apelem para as tecnologias, entre elas, a moda. Sendo assim, temos como objetivo analisar, sob a ótica de gênero, como a prática “faça você mesmo”, atrelada à moda hippie na revista Pop, ampliou e/ou reiterou os limites para a construção dos corpos. Para isso, recorremos especialmente aos Estudos de Gênero, aos Estudos Culturais e à História da Moda. As análises indicam que os modismos ampliaram esses limites, embora a Pop tenha acionado referências associadas a modelos tradicionais de feminilidades e de masculinidades.
Téléchargements
Références
BAHIANA, Ana Maria. Almanaque anos 70. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.
BARROS, Patrícia Marcondes de. Tropicália: contracultura, moda e comportamento em fins da década de 60. dObra[s]: revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisa em Moda, v. 9, n. 20, 2016, p. 160-177.
BENTO, Berenice. A reinvenção do corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual. Rio de Janeiro: Garamond, 2006.
CAPELLARI, Marcos Alexandre. O discurso da contracultura no Brasil: o underground através de Luiz Carlos Maciel (c.1970). 2007. 256f. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade de São Paulo (USP).
CEVASCO, Maria Elisa. Dez lições sobre estudos culturais. São Paulo: Boitempo Editorial, 2003.
CORRÊA, Thomaz Souto. Entrevista concedida às autoras via telefone, em 28 de julho de 2018.
DUNN, Christopher. Contracultura: Alternative Arts and Social Transformation in Authoritarian Brazil. The University of North Carolina Press, 2016.
ENCYCLOPEDIA. Bell bottoms. Disponível em: https://www.encyclopedia.com/sportsand-everyday-life/fashion-and-clothing/clothing-jewelry-and-personaladornment/bellbottoms. Acesso em: 11 mar. 2020.
FRANK, Thomas. La conquista de lo cool. Barcelona: Alpha Decay, 2011.
HALL, Stuart. Quem precisa de identidade? In: SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2000.
HARDING, Sandra. A instabilidade das categorias analíticas na teoria feminista. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 1, n. 1, p. 7-31, 1993.
HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
INFANTV. Jeannie é um gênio. Disponível em: http://infantv.com.br/infantv/?p=10891. Acesso em: 16 mar. 2020.
KAMINSKI, Leon Frederico. A revolução das mochilas: contracultura e viagens no Brasil ditatorial. Niterói. 2018. 277 f. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal Fluminense (RJ).
KAZ, Leonel. Entrevista concedida às autoras via e-mail, em 20 de julho de 2018.
LAQUEUR, Thomas. Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
LEVI’S. How the bell bottom got its groove. Disponível em: https://www.levistrauss.com/2014/09/25/throwback-thursday-how-the-bell-bottom-got-its-groove/. Acesso em: 20 mar. 2020.
LINS, Regina. O livro do amor – vol. 2. Rio de Janeiro: BestSeller, 2012.
LIPOVETSKY, Gilles. Da leveza para uma civilização do ligeiro. Portugal: Edições 70, 2016.
LIPOVETSKY, Gilles. O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
LOURO, Guacira Lopes (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
MIRA, Maria Celeste. O leitor e a banca de revistas: o caso da Editora Abril. Campinas. 1997. 359 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
NARRACCI, Camila. Franjas e sua história. Disponível em: https://mulherversusmoda. com/2016/05/15/tendencias-inverno-2016-franjas-e-sua-historia/. Acesso em: 11 mar. 2020.
PRADO, Luís André; BRAGA, João. História da moda no Brasil: das influências às autorreferências. São Paulo: Disal Editora, 2011.
PRECIADO, Beatriz. Manifesto contrassexual: práticas subversivas de identidade sexual. São Paulo: n-1 edições, 2014.
REED, Paula. 50 ícones que inspiraram a moda 1970. São Paulo: Publifolha, 2013.
ROSZAK, Theodore. A contracultura: reflexões sobre a sociedade tecnocrática e a oposição juvenil. Petrópolis: Vozes, 1972.
SAID, Edward. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
SANT’ANNA, Denise Bernuzzi de. História da beleza no Brasil. São Paulo: Contexto, 2014.
SANTOS, Marinês Ribeiro dos. O design pop no Brasil dos anos 1970: Domesticidades e relações de gênero na revista Casa & Jardim. Florianópolis, 2010. 312 f. Tese (Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas) – DCIH, Universidade Federal de Santa Catarina.
SANTOS, Marinês Ribeiro dos. Design e Gênero. In: Revista Clichê. Disponível em: http://www.revistacliche.com.br/exp/design-e-genero-marines-ribeiro/. Acesso em: 4 jun. 2016.
SAVAGE, Jon. A criação da juventude: como o conceito de teenager revolucionou o século XX. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.
SEELING, Charlotte. Moda: o século dos estilistas (1900-1999). Colônia: Könemann, 1999.
SHOHAT, Ella; STAM, Robert. Crítica da imagem eurocêntrica: multiculturalismo e representação. São Paulo: Cosac Naify, 2006.
STALDER, Erika. Moda: um curso prático e essencial. São Paulo: Marco Zero, 2009.
STEVENSON, Nj. Cronologia da moda. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.
STURKEN, Marita; CARTWRIGHT, Lisa. Practices of looking: an introduction to visual culture. New York: Oxford University Press, 2009.
SUPERINTERESSANTE. Mundo de jeans. Disponível em: https://super.abril.com.br/ comportamento/mundo-de-jeans/. Acesso em: 4 mar. 2020.
VAREJÃO, Marilda. Entrevista concedida às autoras via telefone, em 30 de julho de 2018.
WHITELEY, Nigel. Pop Design: modernism to mod. United Kingdom: Design Council, 1987.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale - Partage dans les Mêmes Conditions 4.0 International.
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais