Monstros usam roupas? A veste nos monstros e a monstruosidade nas vestes
DOI:
https://doi.org/10.26563/dobras.i36.1616Palavras-chave:
Monstro, Roupas, Grotesco, Monstruosidade, ModaResumo
O objetivo deste artigo é discutir a monstruosidade e a humanidade em sua relação com a temática da vestimenta, argumentando que as roupas são fundamentais não apenas para o delineamento social do que pode ser considerado humano, mas também para a demarcação do que é visto como monstruoso. Assim, monstros e humanos também podem ser pensados como croquis. Para isso, serão usados os estudos sobre sociologia da moda e da monstruosidade, procurando fazer um diálogo entre as duas áreas. O texto encerra afirmando que tanto a noção de humanidade quanto a de monstruosidade são indissociáveis das roupas que as cobrem.
Downloads
Referências
AGAMBEN, Giorgio. Nudez. Belo Horizonte, Autêntica, 2014
ÁBILE, Bárbara Venturini; FERREIRA, Talitha Alessandra; MIRALDI, Juliana Closel; NICOLAU NETTO, Michel. A arte entre estilistas e chefs: os repertórios da arte e a delimitação das fronteiras na gastronomia e na moda. In: CSOnline - Revista eletrônica de Ciências Sociais (32), 2021. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/csonline/article/view/32434
ASMA, Stephen T. On monsters. New York, Oxford University Press, 2009
BLOOM, Harold. Shakespeare, a invenção do humano. Rio de Janeiro, Objetiva, 2000
BOURDIEU. Pierre e DELSAUT, Ivette. O Costureiro e sua Grife: contribuição para uma teoria da magia in A produção da crença: contribuição para uma economia dos bens simbólicos. Porto Alegre, RS: Zouk, 2006.
CAMPBELL, Colin. Eu compro, logo sei que existo: as bases metafísicas do consumo moderno. In: BARBOSA, Lívia; CAMPBELL, Colin (Org.). Cultura, consumo e identidade. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
COHEN, Jeffrey Jerome, A Cultura dos Monstros: Sete Teses, in SILVA, Tomaz Tadeu da (org.), Pedagogia dos Monstros, Belo Horizonte, Autêntica, 2000
CAMPOS, B. de B. S. Monstros ou seres humanos? A aparência vestimentada de corpos políticos e a transformação de uma sensibilidade deteriorada. dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda, [S. l.], v. 15, n. 30, p. 39–63, 2020. Disponível em: https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1234/644
CALEFATO, P. La via delle mascherine: moda, corpo, grottesco. dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda, [S. l.], n. 31, p. 103–117, 2021 Disponível em: https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1288/671
CRANE, Diana. A moda e seu papel social. São Paulo, SENAC, 2006
DULCI, Luciana Crivellari. Moda e modas no vestuário: da teoria clássica ao pluralismo do tempo presente. rev. hist. (São Paulo), n. 178, a05817, 2019 Disponível em: https://www.scielo.br/j/rh/a/kHTszDTNtNJR97c88rdcWGd/?format=pdf&lang=pt
ECO, Umberto. História da feiúra. Rio de Janeiro, Record, 2007
ELMAN, D.; BENETTI, M. A cor como representação: o imaginário verde e amarelo. dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda, [S. l.], v. 4, n. 9, p. 61– 71, 2010 Disponível em: https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/207/206
FOUCAULT, Michel. Resumo dos Cursos do Collège de France, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1997
GIL, José, Monstros, Lisboa, Relógio D´água, 2006
HOLLANDER, Anne, O sexo e as roupas. Rio de Janeiro, Rocco, 1996
HOLZMEISTER, Silvana. O estranho na moda: a imagem nos anos 90. São Paulo, Estação das Letras e Cores, 2010
HOMERO. Odisseia. Lisboa, Livros Cotovia, 2003
HUGO, Vitor, Do Grotesco e do Sublime – Prefácio de Cromwell, São Paulo, Perspectiva, 2002
KAPPLER, Claude. Monstros, Demônios e Encantamentos no Fim da Idade Média, São Paulo, Martins Fontes, 1994
KAYSER, Wolfgang, O Grotesco, São Paulo, Perspectiva, 1986
LEITÃO, Débora Krischke. Nós, os outros: construção do exótico e consumo de moda brasileira na França. Horizontes Antropológicos [online]. 2007, v. 13, n. 28 [Acessado 5 Abril 2022], pp. 203-230. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-71832007000200009
LEITE JÚNIOR, J. Espiritualidades ambíguas, corpos limítrofes e roupas trocadas: das androginias da alma e travestimentos do corpo In Nossos corpos também mudam - a invenção das categorias “travesti” e “transexual” no discurso científico. são paulo : annablume/ FAPESP, 2011
LINK, Luther, A aparência do diabo in O diabo - A máscara sem rosto, São Paulo, Cia. das letras, 1998
LUCENA, Daniela, LABOUREAU, Gisela. Vestimentas indisciplinadas en la escena contracultural de los años 80. Cuaderno 78 | Centro de Estudios en Diseño y Comunicación, n. 76 (2019). pp 143 - 160. Disponível em: https://dspace.palermo.edu/ojs/index.php/cdc/article/view/1062/849
MANDAVILA, Juan de, Libro de las maravilhas del mundo, Madrid, Visor, 1984 MICHETTI, Miqueli Do caldeirão de culturas ao buffet de diversidade cultural: os usos das “brasilidades” como discurso na moda contemporânea. Ciências Sociais Unisinos, São Leopoldo, Vol. 50, N. 1, p. 25-33, jan/abr 2014. Disponível em: http://revistas.unisinos.br/index.php/ciencias_sociais/article/view/csu.2014.50.1.03
MILLER, Daniel. Por que a indumentária não é algo superficial in Trecos, troços e coisas. Estudos antropológicos sobre a cultura material. Rio de Janeiro, Zahar, 2013
MONTAIGNE, Michel de. Dos canibais (livro I cap. XXXI) in Ensaios. São Paulo, Abril Cultura, 1971
MORANA, Mabel. El monstruo como máquina de guerra, Madrid, Iberoamericana, 2017
MOULINIER, A. Incompreensões, desconfortos e escândalos na moda contemporânea. dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda, [S. l.], v. 12, n. 25, p. 236–246, 2019. Disponível em: https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/864/541
O’CONNOR, M. John-Patrick. Satan and Sitis: The Significance of Clothing Changes in the Testament of Job. Journal for the study of the Pseudepigrapha. Vol 26, Issue 4, 2017, pp.305-319. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0951820717718418
ORTA, Matías. Moda fantástica. Cuaderno 58 | Centro de Estudios en Diseño y Comunicación, n. 58 (2016). pp 61-78 ISSN 1668-5229. Disponível em: https://dialnet.
unirioja.es/ejemplar/541894
PELÚCIO, Larissa. Subalterno quem, cara pálida? Apontamentos às margens sobre póscolonialismos, eminismos e estudos queer. Contemporânea – Revista de Sociologia da UFSCar. São Carlos, v. 2, n. 2, jul-dez 2012, pp. 395-418. Disponível em: https://www.contemporanea.ufscar.br/index.php/contemporanea/article/view/89/54
PARÉ, Ambroise, Monstruos y prodígios, Madrid, Siruela, 2000
PETERSON, E. Teologia do Vestuário. A Ordem, Rio de Janeiro, v. XXIV, p. 463-471, jul./dez.1940. Dispinivel em: http://memoria.bn.br/pdf/367729/per367729_1940_00110.pdf
PFISTER, M., & BARSALINI, G. Teologia da Veste e os dispositivos de poder: notas sobre a relação nudez - veste. Revista Pistis Praxis, 12(3), 2020. Disponível em: https://pucpr.emnuvens.com.br/pistispraxis/article/view/25549
PIRES, B. F. Corpos que ultrapassam o limite, excedem a fronteira, transbordam desi. dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda, [S.
l.], v. 12, n. 25, p. 75–94, 2019 Disponível em: https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/854/530
PRIORE, Mary Del, Esquecidos por Deus, São Paulo, Companhia das Letras, 2000
SANTOS, M. do C. P. dos; VICENTINI, C. R. G. Moda afro-brasileira: o vestir como ação política. dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda, [S. l.], v. 15, n. 30, p. 15–38, 2020 Disponível em: https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1233.
SHAKESPEARE, William. Otelo, o mouro de Veneza in Tragédias. São Paulo, Abril cultural, 1978a
SHAKESPEARE, William. Macbeth in Tragédias. São Paulo, Abril cultural, 1978b
SHAKESPEARE, William. A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca. Porto Alegre, L&PM, 2012
SHAKESPEARE, William. A tempestade – Edição bilíngue. Florianópolis, Editora da UFSC, 2014.
SIMMEL, Georg. A moda. IARA – Revista de Moda, Cultura e Arte – São Paulo V.1 N. 1 abr./ago. 2008a. Disponível em: https://www.ufjf.br/posmoda/files/2008/07/07_IARA_Simmel_versao_final.pdf
SODRÉ, Muniz e PAIVA, Raquel, O Império do Grotesco, Rio de Janeiro, Maud, 2002
STEVENSON, Robert Louis. O médico e o monstro ou O estranho caso do Dr. Jackyll e Mr. Hide. Rio de janeiro, Record, (formato Epub), 2015
STEELE, Valerie. Fetiche: moda, sexo e poder. Rio de Janeiro, Rocco, 1997
SVENDSEN, Lars. Moda, uma filosofia. Rio de Janeiro, Zahar, 2010
THOMSON, Rosemarie Garland. From Wonder to Error: A Genealogy of Freak Discourse in Modernity in THOMSON, Rosemarie Garland (org.), Freakery – Cultural Spetacles of the Extraordinary Body, New York, New York University Press, 1996
TORRANO, Andrea. La inmanencia de las máquinas. Sobre las máquinas antropológica e teratológica. Espacios nueva Serie No 7, Estudios de biopolítica, UNPA - Universidad Nacional de la Patagonia Austral, 2012: 367-378. Disponível em: https://ri.conicet.gov.ar/handle/11336/69280
TOUSSAINT-SAMAT, Maguelonne. Historia técnica y moral del vestido, 1- las pieles. Madrid, Alianza Editorial, 1994a
TOUSSAINT-SAMAT, Maguelonne. Historia técnica y moral del vestido, 2- las telas. Madrid, Alianza Editorial, 1994b
TUCHERMAN, Ieda, Breve história do corpo e de seus monstros, Lisboa, Veja, 1999
VERNANT, Jean-Pierre. A morte nos olhos. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1988
VIGNOLO, Paolo. Una nación de monstruos: Ocidente, los cinocéfalos y las paradojas del lenguaje. rev.estud.soc., Bogotá, n. 27, Aug. 2007
WAIZBORT, Leopoldo. Georg Simmel sobre a moda – uma aula. IARA – Revista de Moda, Cultura e Arte – São Paulo - v.1 n. 1 abr./ago. 2008. Disponível em: http://www1.sp.senac.br/hotsites/blogs/revistaiara/wp-content/uploads/2015/01/03_IARA_Simmel_versaofinal.pdf
WOHLWEND, Karen. Girls, Ghouls, and Girlhoods: Horror and Fashion at Monster High. In V. Carrington, J. Rowsell, E. Priyadharshini & R. Westrup (Eds.), Generation
Z: Zombies, popular culture, and educating youth. New York: Springer. 2016. Disponível em: https://scholarworks.iu.edu/dspace/bitstream/handle/2022/22824/
Wohlwend2015Ghoulsdollsandgirlhoodspreprint.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0.
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais
