A moda e os modos na Socila: hexis corporal e a fachada da elegância
DOI:
https://doi.org/10.26563/dobras.i36.1609Palavras-chave:
Socila, Moda, Corpo, Fachada, EtiquetaResumo
A Socila foi uma escola de boas maneiras fundada no Rio de Janeiro, com grande sucesso entre as décadas de 1950 e 1970, que até hoje é mencionada na imprensa como sinônimo de elegância. Uma de suas fundadoras, Maria Augusta, ensinou a centenas de mulheres o chamado “aperfeiçoamento social”: era importante não apenas se embelezar, mas dominar técnicas de postura e educação do corpo a fim de compor o que Goffman ([1959] 2014) denomina “fachada”. A moda é um elemento da fachada? Quais são os outros? Por meio da análise de reportagens3 sobre a Socila na imprensa (1954-2022), propomos refletir em que medida a elegância é uma construção a partir dos modos; se e como pode ser aprendida por meio do ensino do habitus e de uma hexis corporal (BOURDIEU, 1983); e refletir sobre roupa e corpo como elementos que se amalgamam em uma produção de sentido.
Downloads
Referências
BASSANEZI, Carla. Mulheres dos Anos Dourados. In: DEL PRIORE, Mary (org.); BASSANEZI, Carla (coord. de textos). História das mulheres no Brasil. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2002. p. 607-637.
BONADIO, Maria Claudia. Dignidade, celibato e bom comportamento: relatos sobre a profissão de modelo e manequim no Brasil dos anos 1960. Cadernos Pagu, n. 22, p. 47-81, 2004. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8644631 Acesso em: 20 abr. 2021.
BOURDIEU, Pierre. Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983.
CARRASCOSA, João (ed). O Brasil na moda (Backstage – vol. 1 e 2). São Paulo: Editora Caras, 2003.
CHARTIER, Roger [1986] (org.). História da vida privada, volume 3: da Renascença ao Século das Luzes. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
CIDREIRA, Renata P. A moda como modo de vida. dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda, [S. l.], v. 3, n. 5, p. 56–61, 2009. Disponível em: https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/309. Acesso em: 18 mar. 2022.
ELIAS, Norbert [1939]. O processo civilizador, volume 1: Uma história dos costumes. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
GOFFMAN, Erving [1959]. A representação do eu na vida cotidiana. Petrópolis: Editora Vozes, 2014.
GOFFMAN, Erving [1963]. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
GORBERG, Marissa. Parc Royal: um magazine na modernidade carioca. Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil – CPDOC. Programa de Pós-Graduação em História, Política e Bens Culturais. Fundação Getúlio Vargas. Rio de Janeiro, 2013.
HALL, Stuart. Cultura e representação. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio: Apicuri, 2016.
LISPECTOR, Clarice [1977]. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 45.
MEDEIROS, Maria Carolina El-Huaik de. Regras de convivência: um estudo sobre etiqueta e manuais de civilidade no Brasil. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
MEDEIROS, Maria Carolina El-Huaik de. Essa fez Socila: narrativas sobre etiqueta, socialização feminina e aperfeiçoamento social da mulher. Tese (Doutorado em Comunicação) – Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.
NEIVA, Renata M. de O. Pedagogias da beleza: a história da educação do corpo feminino no Correio da Manhã (1925-1972). Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2018.
PERROT, Michelle [2006]. Minha história das mulheres. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2019.
PILLA, Maria Cecília Barreto Amorim. A arte de receber: distinção e poder à boa mesa – 1900-1970. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2004.
PIRES, Beatriz Ferreira, CIDREIRA, Renata Pitombo. Politeísmo corporal: por uma cultura da diversidade. XVII Enecult – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura. Salvador, Bahia, 23 a 30 de julho de 2021.
RAINHO, Maria do Carmo Teixeira. A distinção e suas normas: leituras e leitores dos manuais de etiqueta e civilidade – Rio de Janeiro, século XIX. Acervo, Rio de Janeiro, v. 8, número 1-2, p. 139-152, jan./dez. 1995.
REVEL, Jacques [1986]. Os usos da civilidade. In: História da vida privada, volume 3: da Renascença ao Século das Luzes. Org. Roger Chartier. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
RODRIGUES, José Carlos [1979]. O tabu do corpo. 4. edição. Rio de Janeiro: Dois Pontos, 1986.
SANT’ANNA, Denise Bernuzzi. História da beleza no Brasil. São Paulo: Contexto, 2014.
SUFICIER, Darbi Masson et al. A noção bourdieusiana de hexis corporal em teses e dissertações brasileiras. Estudos de Sociologia, v. 26, n. 51, 2021.
VELHO, Gilberto. Um antropólogo na cidade: ensaios de antropologia urbana. Rio de Janeiro, Zahar, 2013. Edição em PDF.
VIGARELLO, Georges. História da beleza. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.
WILDE, Oscar. O retrato de Dorian Gray. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2011. Versão para kindle.
Sites consultados
Acervo digital do jornal O Globo. Disponível em: https://acervo.oglobo.globo.com/.
Acervo digital da Revista Manchete. Hemeroteca da Biblioteca Nacional. https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/
Acervo digital da Revista O Cruzeiro. Hemeroteca da Biblioteca Nacional. https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0.
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais
